Capítulo 5

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Não demoramos muito mais para chegar na cafeteria. Procuramos uma mesa, pedimos os lanches, comemos, e ficamos conversando até o sol se pôr. Já estava escuro, os postes começavam a iluminar as ruas. Paddy pediu chá, coisa que eu não tinha costume de tomar, a não ser quando ficava doente.

— Não brinca, como você consegue viver sem chá? — Paddy pergunta sorrindo indignado.

— Eu que pergunto como que você consegue viver sem café.— retruco apontando para meu Latte.

— Você pelo menos já provou chá preto? — ele pergunta apontando para o copo chá que ele tinha na mão.

— Não. — digo fazendo uma careta. Por que tinha que ser preto?

— Ah não, inadmissível você achar ruim sem nem ter provado. Toma. — Ele diz me dando seu copo para que eu prove.

— Eu tenho mesmo...— começo fazendo uma careta mas ele me interrompe.

— Só um gole, nem que seja só pra você poder dizer com propriedade que não gosta. — ele argumenta. Tudo bem.

Ele se inclina, com os cotovelos na mesa, esperando minha reação. Tomo um gole.

Instantaneamente faço uma careta. Meu deus isso é péssimo. Paddy ri da minha cara enquanto me esforço para não cuspir.

— Meu deus é muito ruim. Como você toma isso? — questiono abismada tomando meu café o mais rápido que eu posso para ver se tira o gosto ruim da minha boca. Ele apenas continua rindo com a mão na barriga.

 — Sério, você tinha que ver a sua cara! — ele fala e continua tomando seu chá.

Olho ao redor e, atrás de Paddy, do outro lado da rua, havia um fotógrafo capturando tudo o que fazíamos.

— Acho que daqui algumas horas eu vou ver mesmo. — digo — tem um paparazzi atrás de você.

— Quer ir embora? — ele pergunta sem nem olhar para o homem com a câmera.

— Não é uma má ideia. — respondo. Se tem algo que eu não quero é pessoas vendendo fotos das minhas caretas na internet.

Pegamos nossas coisas e vamos em direção ao carro. Não muito tempo depois de nos levantarmos o fotógrafo vem em nossa direção, dessa vez gravando.

— Clara, parabéns pelo novo filme. — ele diz com a câmera apontada para mim.

— Obrigada! — agradeço o mais educadamente possível sem olhar muito para o homem. Na verdade essas pessoas me dão medo, nunca se sabe quando elas planejam fazer algo ruim.

— Por que vocês dois estão juntos? Estão ficando? Namorando? A mídia está louca para saber! — ele questiona, ainda capturando todo aquele momento.

— Não, nós somos apenas bons amigos. — digo quando finalmente chegamos no carro.

Paddy abre a porta para mim, entro e agradeço baixinho. Ele dá a volta no carro e entra também. O fotógrafo não para de nos gravar até finalmente irmos embora.

Não falamos muito sobre isso no caminho, até porque, nem tivemos tempo. Em alguns minutos estávamos na frente da minha casa.

— Obrigada Paddy, você literalmente salvou meu dia. Se eu não tivesse saído com você eu provavelmente estaria chorando na minha cama lendo os comentários maldosos nas minhas redes sociais. — digo sendo o mais sincera possível.

— Ah, que nada, eu também não ia fazer nada de tarde, foi bom sair um pouco e dar umas boas risadas. — ele diz. — Sabe, a minha casa não fica muito longe daqui, na verdade é no fim da rua.

É perto. Muito perto. Não deve demorar nem 2 minutos a pé.

Ter um amigo que mora perto de você é uma das melhores coisas que pode acontecer porque nunca se sabe quando você vai ter uma crise de ansiedade sozinha em casa ou apenas um dia ruim, mas ele sempre vai estar ali, pertinho, para ajudar.

— Então o jantar, amanhã, que horas? — lembro.

— Por volta das 7 da noite.

— Vai ser algo muito chique? Por que assim, eu preciso escolher a roupa e eu não queria usar nada que não combinasse com a ocasião...— começo a falar e ele ri.

— Não, só um jantar de família sem formalidades. — ele esclarece. Melhor.

— Tudo bem. Tchau, Paddy. Obrigada de novo.

— Tchau. — ele diz enquanto desço do carro. Susan me recebeu na porta de casa.

— Tchau, Paddy, obrigada por trazê-la. — ela diz.

— Boa noite, senhora Downey. — ele diz, indo embora.

— Então, me conta tudo. — Susan diz assim que entramos, me olhando como quem quisesse saber como tinha sido nosso beijo. Começo a rir.

— Ah meu deus, somos só amigos, foi divertido, comemos, rimos, foi uma tarde agradável. — digo subindo as escadas para tomar um banho e ver o que tenho que fazer para a escola antes que eu acumule milhões de trabalhos.

Tomo um banho, tiro a maquiagem e visto um pijama confortável, pego meus livros e faço dois deveres rápidos, só pra eu não precisar acumular nada para depois. Me deito na minha cama e ligo minha série preferida, pronta para dormir. Depois do dia de hoje, devo ter dormido depois de 2 episódios.

Acordo com alguém mexendo nos cobertores que estavam em cima de mim, estava tudo escuro e a TV tinha sido desligada. Logo sinto um beijo ser depositado na minha testa. Meu pai. Não sei que horas eram, se ele havia acabado de chegar ou o que ele estava fazendo acordado tarde da madrugada e também não perguntei. Estava cansada demais então apenas dormi.

*Ponto de vista do Paddy*

Foi uma tarde divertida, não posso negar. Pra falar a verdade, eu mal posso esperar pra ter mais tardes assim, eu me senti bem, sabe? Estaciono o carro na garagem e entro em casa, dando de cara com minha mãe.

— Então, como foi lá?

— Divertido. Acredita que ela não gosta de chá? — conto.

— Sério? O que ela falou sobre o jantar?

— Ah, sim, amanhã 7 da noite, pode ser?

— Ah, ótimo, o que ela gosta de comer? Ela tem alguma alergia? Seria péssimo se algo acontecesse, então eu quero saber, seria melhor eu ligar para o pai dela para saber? Tom tem o número dele, eu acho..

— Mãe. Tá tudo bem, só faz seu melhor, um prato reserva e tá tudo certo. — digo dando um beijo em sua bochecha e indo para meu quarto.

Hoje foi divertido mas exaustivo, mal tenho tempo de tomar banho antes de me jogar na cama afim de só acordar no outro dia.





Destiny - Paddy HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora