Love in chaos III - Daryl Dixon

Capítulo 01

S/n Grimes

Os portões se abriram e eu fui a primeira a entrar em cima da minha moto, sendo seguida por Siddiq e a carroça que trazia as pessoas novas que a Judith encontrou.

Mais cedo, enquanto caçávamos, Judith deu de cara com esse grupo e resolveu ajudá-los. Eu não vi problema em abrigar eles, mas a Michonne não gostou nada da ideia de tê-los em casa.

Para evitar mais intrigas, cedi à sugestão da samurai em trazer o grupo para Hilltop, onde sei que serão aceitos.

— Jesus! - desço do meu cavalo e corro até o homem de cabelos longos, que me esperava com os braços abertos e um sorriso largo.

— S/n! - ele me apertou contra o seu peito, deixando um beijo no topo da minha cabeça.

— Eu também não ganho um abraço? - a voz de Tara ecoou atrás de nós, me fazendo rir baixinho.

Me afastei do cabeludo e fui até a mulher, abraçando a mesma. Me senti acolhida nos braços dos dois, eu sempre me sentia assim quando vinha para Hilltop e os encontrava. Acho que essa comunidade é mais minha casa do que Alexandria.

Alexandria tem pessoas e lembranças ruins.

— Carol! - abri a boca surpresa, vendo a grisalha bem na minha frente.

Ela continuava a mesma, tirando o cabelo que agora estava longo. Seu sorriso ainda era meigo, apesar de não ser nada inocente quanto esse sorriso a faz parecer ser. Carol tinha um brilho lindo nos olhos, e todos sabemos que esse brilho tem nome.

Henry e Ezekiel.

— Ficamos sabendo da feira. - comento, depois de abraçá-la e me afastar para olhar em seus olhos claros.

— Infelizmente não vamos poder ajudar. - Michonne apareceu atrás de mim, com a cara fechada e o tom sério de sempre.

— Sim, nós vamos. - olhei para ela, a repreendendo silenciosamente.

— S/n, já falamos sobre isso. - ela disse entre os dentes, quase em um sussurro.

— É, nós falamos. E já foi decidido que vamos participar. - digo.

— Você decidiu. - corrigiu.

— Dá no mesmo. - dei de ombros e voltei a olhar para os três na nossa frente.

Em um vacilo, acabei vendo um corpo alto e forte perto do casarão. Respirei fundo e permaneci encarando o homem, sendo aterrorizada pelas lembranças e pela dor.

— Ele chegou hoje com a Carol. - disse Jesus, percebendo para onde e quem eu olhava.

— Antigos amores, antigas memórias. - olho para Jesus e forço um sorriso sem mostrar os dentes, abaixando a cabeça e me afastando.

Perto da ferraria vi um certo adolescente loiro, magro e mais alto do que eu imaginava. Era o Henry, filho da Carol e do Ezekiel. Confesso que fiquei assustada nos primeiros segundos, esse menino cresceu muito desde a última vez que o vi.

Ele estava dentro da ferraria, com um avental no corpo e o olhar longe. Segui seus olhos e neguei com a cabeça quando vi a Enid e o Alden rindo e se beijando, pareciam apaixonados.

— O que foi, pirralho? - dei um tapa fraco na nuca do loiro. — Sabe que ela tá com o Alden né?

— Eu percebi. - Henry suspirou, parecia nervoso. — Então você quer... sei lá... sair comigo?

— Henry! - faço uma careta. — Eu tenho quase o dobro da sua idade, garoto.

— Gosto das mais experientes. - forçou um sorriso malicioso, recebendo outro tapa na nuca.