Love in chaos III - Daryl Dixon

Capítulo 04

S/n Grimes

Acordei com uma forte claridade e ouvi algumas vozes e passos. Abri meus olhos lentamente e vi que já havia amanhecido, lembrando no mesmo instante onde eu tinha passado a noite.

Tudo que lembro é de conversar com o Daryl por um tempo e de ouvir música com ele. Depois disso eu acho que apaguei... apaguei deitada no ombro dele.

No ombro do Daryl.

— Tava confortável aí? - ele perguntou com um sorriso comprimido naqueles lábios levemente unidos, ao me ver abrir os olhos e levantar do seu ombro.

— Por que não me acordou? - olhei para ele um pouco irritada.

— Você não anda dormindo direito, né? - o caçador me lançou um olhar mais sério, e eu me perguntei como ele sabia daquilo. — Pensei que dormir um pouco te faria bem.

— Obrigada. - agradeço meio sem jeito, ficando rapidamente de pé. — Ér... ouviu alguma coisa relevante?

— Eu ouvi muita coisa. - seu semblante de repente se fechou.

Daryl levantou quase em um pulo, abrindo as portas do porão e descendo lá aparentemente irritado. Minutos depois ele voltou segurando o braço do Henry com um pouco de agressividade.

Seja lá o que ele tenha ouvido, acho que o príncipe disse o que não devia.

— Contou pra ela do Reino? E se tiver gente dela lá fora? - o caçador começou a repreender o rapaz. — Você tem família no Reino.

— Desculpe! Eu não achei que isso... - o garoto se desculpou, mas depois franziu o cenho confuso e meio irritado. — Espera aí, você tava ouvindo?

— É claro que tava. - Daryl falou, encarando o menino com um olhar sério e repreendedor. — Eu, a Enid e alguns outros estávamos nos revezando pra saber o que ela conta pra você.

— Você tava me usando.

— É, e tava funcionando. - ele não parava de encarar o garoto, o intimidando com aquele olhar frio e furioso.

— Ela é uma pessoa boa, só ficou confusa lá fora. - Henry defendeu a tal Lydia. — E ela tem razão sobre você, sabia? Você é um cuzão. - enquanto ele falava o olhar do homem mudou, parecia decepcionado com aquelas palavras... triste de uma certa maneira, da maneira dele. — Quer respostas? Consiga sozinho.

Henry passou por nós e caminhou irritado até o centro da comunidade. Olhei para o caçador e o mesmo abaixou a cabeça meio envergonhado, tentando digerir todas aquelas palavras.

— Eu vou falar com ele. - digo, me referindo ao Henry. — O que ele disse... você sabe... adolescentes são cheios de hormônios e muitas vezes falam coisas sem pensar. - tento amenizar um pouco o clima tenso.

— Eu vou falar com a menina. - ele disse, já a espera de algum sermão meu.

— Lembre-se que ela também é só uma garota assustada, e quanto mais você assustar ela, menos informações teremos. - eu falei.

Daryl levantou a cabeça, olhou para mim e concordou. Quando o homem entrou novamente no porão, eu dei meia volta e fui atrás do Henry.

Encontrei o garoto sentado perto da ferraria. Earl falava com ele, provavelmente te dando um outro sermão. Quando o mais velho levantou e voltou para o seu trabalho, eu me sentei ao lado do príncipe e o ouvi suspirar frustrado.

— Você também tava ouvindo a nossa conversa? - ele perguntou.

— Eu dei a ideia. - nos encaramos e depois voltamos a observar as pessoas andando pela comunidade.