18 | T r u e

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Respirei fundo.

Olhei para o corpo de Alex e senti a culpa pesar sobre os meus ombros. Ele não tinha nada a ver com isso e quase perdeu a vida por minha culpa.

O cheiro daquela substância penetrava minhas narinas, ardiam minha garganta e me faziam tossir.

Busquei uma toalha de rosto rapidamente e joguei no seu braço para que eu pudesse arrastá-lo até o sofá e o colocar sentado.

- Tomara que você acorde logo... - murmurei, tentando engolir o desespero.

Virei-me para as outras duas que estavam amarradas.

Tirei as fitas de suas bocas e arranquei as cordas que machucavam seus braços. Suspirei, olhando para ele.

- O que eu farei com você? - suspirei, encarando-o com certo nojo.

Peguei uma das cadeiras da cozinha e o amarrei sentado nela, passando as cordas pela sua barriga, braços e pernas.

Por fim, usei as fitas para cobrir sua boca.

Peguei meu celular e liguei para Bea. Precisava de sua ajuda.

[...]

Assim que ela chegou, vi suas enormes olheiras de quem teve seu tão esperado e maravilhoso sono, interrompido.

Expliquei toda a história para que ela também soubesse o que meu pai fez.

- Que merda... - murmurou olhando para o corpo de Alex - Eu cuido dele, pode ser? Estou com o carro do meu irmão. Vou levá-lo para o meu apartamento e eu direi que ele bebeu demais caso não se lembre de nada quando acordar.

- É muito provável. - suspirei - Desculpe... Eu não queria que ele fosse envolvido...

- Relaxa, não é sua culpa afinal. E elas? O que faremos? - dei de ombros.

- Só preciso me livrar de Martha. Sophia e eu precisamos ter uma conversa sobre tudo isso... Se ela é uma de nós ela precisa saber. - Beatrice colocou a mão sobre meu ombro.

- Fico feliz que nada grave aconteceu com você.

- O que acha que devo fazer com ele? - apontei para o meu pai.

- Eu sei que é pedir demais para que você acabe com ele... - ela fez uma cara divertida.

- Sua bobona. - empurrei-a de leve, mas, pensando no que ela acabara de dizer. - Me ajude a levar o corpo de Martha para o quarto do meu pai. Vou trancar ela lá.

- Ah é? - riu - E o que vai fazer quando ela acordar?

- A Sophia que se vire. - peguei seus braços e Beatrice me ajudou com as pernas para carregarmos aquele corpo pela escada.

Coloquei-a sobre a cama enorme e cobri seu corpo, fechando as cortinas acinzentadas que se penduravam na frente da janela.

Aproveitei para dar uma olhada no quarto do meu pai.

Abri as gavetas da sua cômoda branca, as portas do armário e tirei todas as suas roupas de lá.

Ao fundo, jogado, um envelope.

- Ei, Bea. Veja isso. - ela se aproximou de mim.

O envelope estava amarelado devido ao tempo. Não havia nada escrito do lado de fora.

Eu o abri.

A primeira coisa que retirei, foi uma foto de uma mulher...

Muito parecida comigo.

Alice [Completo]Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ