29 | S a v e

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- Quem é Vanessa? - Peter insistia - Eu a mando embora imediatamente.

- Não. - levantei a mão, pedindo para que ele parasse de falar. Segui-a com os olhos.

Ela parou na frente de um homem de terno que eu conheci muito bem pela silhueta e pela proximidade dos dois.

James.

- O que eles estão fazendo aqui? - Bea estreitou os olhos, ainda olhando

- Boa coisa não é. - suspirei, olhando para minhas próprias mãos. Não tinha o que fazer contra eles naquele momento e isso não era bom.

Uma coisa de cada vez. Forcei-me a tentar raciocinar.

- Não os retire da festa. - pedi - Não é assim que vai se resolver isso. - engoli seco.

- Ei, majestades! - um rapaz de estatura menor que a média se aproximou de nós - Vai começar a valsa real. - encarei Peter, confusa.

- A senhorita me daria a honra? - seu tom de voz soava falso aos meus ouvidos.

- É claro. - tentei me concentrar.

- Alice... - ouvi Bea sussurrar. Coloquei a mão sobre a de Peter e desejei que um meteoro atingisse aquele lugar o mais rápido possível.

Nós fomos para o centro do salão, onde costumava ficar Claire e seu enorme tapete azul. Outros casais estavam ao nosso redor, esperando a valsa começar.

A luz do salão diminuiu e uma música clássica que eu não conhecia começou a tocar.

Peter colocou uma das mãos espalmadas nas minhas costas e a outra segurava uma das minhas mãos. Seus olhos pareciam pegar fogo e não desviavam do meu rosto. O que me dava vontade de vomitar sobre sua cara ridícula.

Antes de começar a dança ele colocou uma tiara prateada com inúmeros rúbis encrustados nela, sobre a minha cabeça. Eu não me lembrava de ver Claire usando ela. Ainda mais com pedras vermelhas tão brilhantes como aquelas.

- Você está linda. - sussurrou. Não o respondi. Quase nem mesmo tinha certeza se ele realmente tinha dito algo. Meus pensamentos se embaralhavam e eu tentava me distrair movendo os pés de um lado para o outro no ritmo da musica. - Um dia você vai entender porque fiz tudo isso.

- Eu já entendo. - disparei. - Você queria poder esse tempo todo. Eu já entendi. - revirei os olhos.

- Falo sobre a pureza do nosso sangue.

- Como se o deles também não fosse puro. Acho que você está se colocando num lugar que não é seu.

- Porque você continua fingindo e defendendo eles se todo mundo sabe o que você é? - meu estômago se contorceu.

- Todo mundo quem? Você acha que me conhece mas a droga da cor do meu sangue não te diz nada. - franzi as sobrancelhas - Nadinha sobre quem eu sou. Você poderia ter conhecido se não fosse esse babaca medíocre que você já se mostrou.

- Sorria. As pessoas vão desconfiar. - disparou. Olhei de canto para as pessoas em volta. Tudo estava saindo errado. Eu não queria enganá-los. Não queria nada disso.

Mas sorrisos falsos iriam disfarçar o plano de matá-lo.

Sorri para ele, olhando para o que havia atrás do seu rosto. Era impossível encará-lo sem querer dar-lhe um soco.

- Estou quase acreditando nesse sorriso. - ele me girou com delicadeza, respeitando a música.

- É melhor acreditar. - engoli seco - Não estrague tudo. - Olhei para o relógio. Onze e cinquenta.

Alice [Completo]Where stories live. Discover now