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        Minha cabeça estava doendo quando acordei. Tive dificuldade em abrir os olhos e respirar. Precisei ficar quieto, até a sensação ruim passar. E então olhei em volta. Eu ainda estava sentado na poltrona e meu pulso ardia. Bem no desenho da pomba, que simbolizava o acordo de paz. As garotas estavam espalhadas pelo chão e a cama. Me levantei e desliguei o som.

         _ Hora de acordar! Precisamos voltar para casa.

        O que iriam pensar de mim? O dia já tinha amanhecido.

         _ Vamos, meninas!

         Como elas não respondiam, eu me aproximei e as sacudi. Mas notei algo errado... Estavam frias. Geladas. Não era a temperatura normal de um ser humano. Prestei atenção e não consegui ouvir o pulsar dos corações. Comecei a me desesperar. Eu não tinha tomado muito sangue, porque eram muitas garotas. Peguei só um pouco de cada uma.

         _ Ei... Acorde, Wendy!... Amber!

         Nada! Só o silêncio!

        _ Pai? Ainda está aí? _ chamei.

        Mas não houve resposta. E logo eu notei o cheiro forte de sangue no recinto. Reparei que todas tinham cortes em seus pulsos. Como se tivessem combinado um suicídio coletivo. Porém eu sabia que não era intenção delas, se matarem. Algo deu errado.

        Batidas na porta me assustaram. Fui correndo abrir.

        _ Pai, eu não...

        Não era o meu pai. Mas um homem usando um chapéu de cone. Elemental.

         Eu senti meu sangue gelado congelar nas veias.

         Ele entrou no quarto e observou ao redor. Enquanto outros se aproximaram. Um deles segurou meu pulso, que ainda ardia na marca da pomba. Eu vi que ela estava brilhando. Uma luz amarela.

         _ Levem-no!

         Meus pulsos foram rodeados por algemas de luz. E me arrastaram pelos corredores do cassino. Fomos em direção a parede e um portal se abriu ali. Passamos por ele e eu me vi em um lugar estranho. Lar dos elementais. Fui jogado em uma cela fria e escura.

          Desesperado, eu comecei a tentar pensar no meu vô e em tio Nicolae. Que podiam ler mentes. "Me salve! Eu sou inocente!" Não tive intenção de matar as garotas e se isso aconteceu, não foi por intermédio meu! Mas quem acreditaria? Eu ignorei os avisos dos gêmeos e a obsessão das garotas com o vampirismo. Elas provavelmente achavam que era necessário se tornar mortas vivas. Com tanta informação nas mídias e a principal permaneceu abafada. Elas não sabiam como era a transformação.

          Perdi a noção do tempo enquanto eu esperava. A fala de Cristina reverberando em minha mente... "Não te protejo mais."... Diferente da minha mãe, ela cumpriu a palavra. E eu estava pagando caro por ter avançado o limite.

         _ Eu vou respeitar a sua recusa e nunca mais tentarei nada com você. Mas por favor, me ajude! _ eu disse, desesperado.

         Era muito novo para morrer. Como aquelas garotas também eram.

        _ Devia ter transformado elas, ou não? Pelo menos dito que sim. Até resolver a situação.

         Agora era tarde. Elas não respiravam mais, o ar desse mundo.

«««✩»»»

        Quando finalmente abriram a cela, eu já estava com sede. Mas não ousei dizer nada.

Is It Love? Draco - IncontrolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora