Encontros - 5

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Dayane Pov

Depois de boas horas dirigindo finalmente havia chegado na cidade, ainda não estava em casa mas só de saber que já estava mais perto me sentia relaxar. Era quase fim de noite já, não imaginei que fosse chegar de madrugada então não havia me programado para dormir na estrada o que foi erro já que por conta disso eu dirigia pelas ruas da minha nova cidade plena 1h da manhã.

Minha mãe já havia me ligado algumas vezes, mas eu havia avisado que chegaria tarde e que era para ela descansar. Parei em um mercado que pela graça de Deus era 24h e comprei algo para comer quando chegasse em casa, fiquei um tempo escolhendo algo e pouco depois já estava a caminho do caixa com uma lasanha congelada em mãos e uma latinha de guaraná na outra.

- Day? - Ouvi uma voz me chamar. Parei e olhei para trás ficando meio surpresa por ser Caroline, o destino é uma coisa né?

- Carol, digo, Caroline oi. - Disse meio nervosa sem saber se poderia chama-la pelo seu apelido.

- Pode me chamar de Carol, DAY. - Deu ênfase no fato de que também estava me chamando pelo meu apelido.

Sorri sem graça, mas dei continuidade ao assunto.

- O que faz essas horas aqui?

- Ah, eu vim comprar alguma besteira. Estava sem sono e vendo alguns filmes, fiquei com vontade de um chocolate. - Ela me mostrou a barra em mãos. - Você deve ter chegado de viagem quase agora né?

Concordei com a cabeça, secretamente me imaginando vendo filmes com Caroline... Não seria ruim de jeito nenhum, acho que devo ter ficado viajando nisso por um tempo já que quando voltei a mim Carol me olhava como se esperasse que eu respondesse algo.

- Desculpa, eu não ouvi. Pode repetir?

- Perguntei se não gostaria de ver um filme comigo. Eu meio que tô sozinha em casa essa semana, não gosto muito da sensação. - Ela ficou com as bochechas vermelhas após terminar de falar.

- Claro, nossa claro que sim! - Concordei talvez até animada demais. - Mas eu precisava mesmo deixar umas coisas em casa antes, se importa de vir comigo? Você está de carro? Não, espera, você dirige? - A bombardeei de perguntas.

- Calmô ligeirinho. - Ela riu. - Eu não me importo de ir contigo e não eu não dirijo. Tenho 17 ainda, Day. - Completou sorrindo.

- Ah... Desculpa. - Ri sem graça. - Por te encher de perguntas assim tipo entrevista.

- Não tem problemas. - Carol não perdeu seu sorriso. - Podemos ir?

Concordei com a cabeça sorrindo, passamos no caixa onde eu paguei pelas minhas coisas e Carol pagou o chocolate dela. Eu estava achando tudo aquilo muito surreal, a menos de dois dias nós mal havíamos nos falado e agora eu iria passar a noite em sua casa? Mas não seria nada demais certo? Não tinha porque esquentar a cabeça.

Parei em frente a minha casa e perguntei a Carol se ela queria entrar, mas ela negou. Disse que me esperaria ali na frente mesmo. Entrei em casa tentando fazer o mínimo de barulho numa tentativa falha de não acordar meus pais, mas como nem tudo é perfeito, foi o tempo de eu colocar minha mala no chão que a luz da sala se acendeu. Tomei um mini susto com a figura de minha mãe sentada na poltrona.

- Como foi de viagem, filha? - Perguntou. Eu estava pronta para tudo, menos uma recepção calorosa.

- Foi tudo bem, mamãe. - Me aproximei sorrindo tentando mostrar que eu estava legal.

- E como estava o Victor?

- Bem mamãe, perguntaram de você e do papai. - Comentei me sentando ao seu lado, sabia que não podia demorar por Caroline estar me esperando, mas depois de tantos meses ruins com a minha mãe não podia deixar de aproveitar aquele momento.

- Que bom, já terminou de tirar suas coisas do carro? Posso te ajudar e depois vamos deitar, você deve estar cansada. - Ela mal terminou de falar e já estava se levantando.

- Mãe... é... Na verdade, eu esbarrei com uma amiga no mercado e ela me pediu para passar a noite com ela. A gente estuda juntas, não tem problema né? - Perguntei receosa, aquilo nem estava nos meus planos eu só iria sair bem cedo da casa de Carol e agir como se tivesse dormido em casa, mas agora com ela ali seria difícil.

- Amiga é? - Minha mãe perguntou zoando com a minha cara. Eu queria me esconder tamanha vergonha, mas estava tão feliz com a forma como ela estava reagindo que nem liguei tanto. - Vai lá dormir com a sua "amiga". Mas volte para tomar café conosco ok? Eu e seu pai estamos com saudades. - Minha mãe declarou antes de vir até mim e me dar um beijo na bochecha.

- Mamãe? - Chamei enquanto ela já subia as escadas, ela parou e me olhou. - Obrigada. - Sorri.

- Por nada, meu amor. - dona Selma respondeu antes de subir de vez.

Fiz uma pequena dancinha de vitória antes de voltar ao meu carro para Caroline. Ao abrir a porta vi o rádio ligado e o som de Paramore preencheu meus ouvidos.

- Desculpa ter mexido nas suas coisas, é que eu vi o CD ali e ele parecia que estava me gritando. - Ela falou assim que eu me senti no banco do motorista.

- Não tem problema. - Tranquilizei-a. - Eu iria ter pego o CD também.

Conti meu sorriso ao saber que ela também gostava de Paramore, cada segundo que passava eu me interessava mais em Caroline e suas nuances. Eu só esperava que tudo não acabasse como da outra vez.



Perfeita Pra Mim (Dayrol/ Caray)Where stories live. Discover now