2 - Acasos da individualidade

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Lan WangJi sempre foi alguém antissocial e calado.

Poderia até ser uma consequência da sua criação mais rígida e inflexível, mas é bem possível que não. Ele nunca ficou confortável falando sem parar. Era algo próprio da essência dele ser mais reservado. Sua individualidade.

Essa característica nata juntamente com seu semblante mais frio dificultou algumas vezes em suas consultas com as crianças do hospital. Muitas ficavam assustadas no primeiro momento com sua expressão dura, porque achavam que iria brigar com elas.

Porém, com o passar dos momentos, as crianças entendiam que era apenas o jeito dele e se sentiam mais confortáveis em deixá-lo examiná-las. Lan WangJi era sempre gentil, calmo e atencioso com esse processo. Não era de forçar absolutamente nada.

Até mesmo em seu convívio profissional com seus colegas de trabalho houve uma dificuldade. Os outros médicos, enfermeiros e técnicos eram muito intimidados por ele no início. Os internos jogavam joquempô para ver quem ia entregar os prontuários do dia.

Com o tempo, sua equipe também se acostumou com sua personalidade. Hoje em dia não existia tantas complicações, mas ele ainda intimidava muitas pessoas do hospital. Era inevitável.

Lan WangJi estava passando nos corredores naquele dia com destino à cantina para comprar um chá quando seu irmão o viu e foi sorrindo de encontro a ele.

"Irmão." - o Lan mais jovem o cumprimentou.

"WangJi, deixe dessas formalidades." - Lan Xichen falou com seu sorriso pacífico. - "Como está sendo seu dia?" - os dois caminharam juntos pelo corredor, cumprimentando alguns funcionários no processo.

"Bom." - falou inexpressivo.

Lan Xichen parou de sorrir. - "Aconteceu algo?"

Seu irmão o conhecia como ninguém.

"Uma criança com leucemia." - sua explicação foi direta, mas era possível notar uma lamentação em seu tom.

"Já me encaminharam esse paciente?" - Lan Xichen perguntou compreensivo. O oncologista* estava acostumado a tratar de casos assim, mas sabia que era mais complicado quando envolvia crianças.

"Hm." - confirmou. - "O prontuário deve está em sua mesa."

O mais velho suspirou tenso. - "Não importa o quanto estejamos acostumados, ver crianças com esse diagnóstico é de partir o coração. Não sei como você aguenta, WangJi."

"É necessário."

"Sim, claro." - engoliu em seco. - "Tem mais algo te incomodando? Você parece cansado."

"Wei Ying."

Não foi preciso mais nada para Lan Xichen entender.

O Lan mais velho deu uma risada. - "O que ele fez dessa vez?"

"Som alto às 22:00 da noite."

Lan Xichen não resistiu e riu mais alto. - "Deve ser difícil para você lidar com um vizinho assim, irmão."

"Eu suporto."

Lan Xichen sorriu enigmático por algum motivo e o observou com desconfiança.

"Sério? Suporta?"

"É necessário."

"Compreendo." - seu sorriso permaneceu.

Eles chegaram no refeitório do hospital. Lan WangJi pediu um chá e Lan Xichen um café. Logo em seguida, os dois voltaram de onde vieram. Precisavam revisar alguns relatórios e visitar alguns pacientes.

UM BEBÊ EM MINHA PORTA | wangxianOnde histórias criam vida. Descubra agora