17 - Acasos de retornos agitados

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“Por que demorou tanto, idiota? Fiquei esperando horrores você atender.”- Jiang Cheng falou com raiva enquanto Wei Wuxian permanecia paralisado atrás da porta pelo momentâneo choque de estar vendo seu irmão antes do que ele planejava.

Jiang Cheng era descrito como a pessoa mais temperamental e irritadiça que você poderia conhecer. Com sua personalidade tão gentil como uma segunda-feira e tão calma quanto o próprio diabo, ele não dispensaria a oportunidade de jogar uma ofensa na sua cara se fosse aquilo que acreditava realmente.

O homem estudava contabilidade em outra cidade, por isso às vezes demorava para ver Wei Wuxian pessoalmente pelo fato de ficar atolado de trabalhos da faculdade e o tatuador o entendia por ter começado seu curso de artes visuais no passado, ficando na mesma situação por meses. Com isso, Jiang Cheng vinha a cidade ultimamente pouquíssimas vezes no mês para ver ele e sua outra irmã, por isso não esperava ter que contar tudo que estava acontecendo na sua vida tão depressa. Em seus maiores sonhos, ele teria mais tempo para preparar tudo e contar para os irmãos quando a maioria das coisas já estivessem devidamente encaminhadas.

Entretanto, um erro de cálculo não foi imaginado. Jiang Cheng não demorou de novo a visitá-lo pessoalmente e estava o olhando de maneira fulminante naquele momento.

“Você bateu com a cabeça? Por que está me olhando com essa cara de imbecil?” - o estudante voltou a perguntar, cruzando os braços de maneira impaciente. 

“Amm…m, oi-ii,  Jiang Cheng!” - gaguejou antes de sorrir grande para o outro, sustentando uma mão firme na madeira da porta para descontar sua ansiedade. - “Pensei que não vinha esse mês, irmãozinho. Você nem avisou nada. Nem me preparei para sua chegada.” - engoliu em seco imperceptivelmente. 

Jiang Cheng levantou uma sobrancelha de maneira sarcástica. - “Agora eu tenho que avisar toda vez que eu venho? Isso não faz sentido. Do jeito que você fala até parece que não sou bem vindo.” - bufou e o encarou para analisá-lo. - “Por que você está tão esquisito?”

“Que esquisito?” - o tatuador sorriu nervoso. - “Impressão sua. Eu estou completamente normal.” - colocou a mão na cintura e relaxou contra o lado, tentando se colocar mais despojado e não transparecer seu estado caótico interior.

“Sei.” - retorceu a boca mal-humorado. - “Não vai me deixar entrar, porra? Tô morrendo de cansaço, a viagem foi longa.”

“É que…” - hesitou.

“Que tipo de merda você fez?” - se estressou. - “Estou dizendo, você tá esquisito. Está com alguma doença mental ou bateu a cabeça.” - bufou. Meigo ele, né? - “Anda! Me deixa entrar.” - o empurrou para o lado sem dar chance para Wei Wuxian protestar. 

Assim que entrou, Jiang Cheng bateu de frente com o vizinho do seu irmão e franziu a testa em desagrado.

“E aí, cara!” - tentou ser delicado, mas não foi bem sucedido, principalmente porque sua voz saiu aborrecida. - “O que seu vizinho está fazendo aqui, Wei Wuxian?”

Dessa vez, foi Lan WangJi quem franziu as sobrancelhas não gostando do tom do outro.

Wei Wuxian se retorceu onde estava, tentando adivinhar o que fazer dali em diante. Ele respirou fundo e tentou dar alguma desculpa inicialmente. - “Lan Zhan está me ajudando com algumas coisas.”

“Que coisas?” - Jiang Cheng devolveu desconfiado. Aquilo estava estranho demais.

“Coisas que podem não ser do seu interesse.” - alfinetou com um sorrisinho debochado se irritando com a intromissão do irmão caçula.

“Seu…” - o homem já ia xingá-lo com um impropério que faria os mais tradicionalistas ficarem de cabelo em pé. Porventura, Lan WangJi era um desses e o interrompeu antes que completasse a frase.

UM BEBÊ EM MINHA PORTA | wangxianOnde as histórias ganham vida. Descobre agora