piquenique p.3 - Cap 45

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Rin Nohara


Saindo da casa do Obito, eu fui para a minha casa, dei uma arrumada básica e fui para o meu quarto, fiz uma mala pequena, não coloquei tudo que eu tinha, só o necessário, não vou precisar de roupas de festa nem nada do tipo.

Peguei os aneis que o Obito me deu, ele são lindos, espero que possamos usá-los como noivos algum dia.

Meu peito já está doendo de imaginar como vai ser passar tanto tempo longe dele, dos meus amigos, da tia Kushina, o Naruto e o Minato Sensei.

                                   •

Estava terminando de arrumar a cesta quando meu telefone tocou, corri para atender, era a Kurenai.

— Rin, a gente não teve tempo de se falar mais cedo, ta uma loucura aqui no escritório depois que o Obito falou com o Minato.

— Ah, sim... Eu imagino.

— Eu tô meio confusa e assustada, será que o vamos ficar bem? - Ela perguntou

— É claro que vamos, não se preocupa.

— Eu sei que você e o Obito vão correr mais perigo que os outros... Não quero te perder.

— Não fala assim Kurenai, vamos ficar bem, eu te prometo.

— Não mente pra mim. - Ela está soluçando. Eu queria poder abraçar e confortar ela agora.

— Kurenai, me escuta. Vamos ficar bem, e quando isso acabar eu prometo que vou na sua festa de comemoração, por que é claro que você vai fazer uma né? E vai ser muito boa, a melhor de todas na verdade.

— Vai.. Mas também vai ser a última. Preciso ter responsabilidade agora que vou ser sensei.

— Jura? Que incrível.

— Não tão incrível. Eu não quero ser sensei, mas paga bem e logo eu vou ser expulsa de casa.

Expulsa de casa? Mas do que ela ta falando?

— O que tá acontecendo? Problemas com seus pais?

— Sim.. - Ela está fungando, enquanto tenta parar de chorar. - Disseram que eu sou maior de idade e preciso começar a cuidar de mim mesma sozinha.

— Eu sinto muito. Se quiser pode vir para o meu apartamento, eu vou ficar um longo tempo fora e o aluguel já está pago por alguns meses...

— Não. Você já fez muito por mim.

— Amigos servem pra isso, ajudar.

— É, eu sei.. Mas você em especial já ajudou mais pessoas do que qualquer um que conheço. Você tá cansada, precisa focar no seu futuro. Eu nem devia ter te ligado, você deve estar ocupada.

— Não, tudo bem. Eu não tô ocupada, só estou de saída. Mas se quiser eu fico aqui, você vem e eu preparo um café.

— Não, tá tudo bem. Vai se divertir fazendo sei lá o que.

— Promete que vai dormir e parar de chorar?

— Prometo.

— Te vejo amanhã.

— Até amanhã.

Ela desliga o telefone. Ela tá passando por uma fase difícil, eu queria estar com ela agora, na verdade eu posso, eu poderia desmarcar com o Obito, mas eu quero vê-lo. Simplesmente não consigo querer algo que não seja estar com ele.

Terminei de pôr tudo na cesta e saí de casa, indo para o monte dos hokages. Obito ainda não tinha chegado.

Coloquei a cesta no chão e peguei a toalha de piquenique, forrei no chão e ela voou e foi aí que o Obito chegou para me ajudar.

                                  •

Depois de comer, nós conversamos, rimos, falamos sobre o futuro, choramos e rimos denovo. Não quero ser responsável por quebrar o coração dele, não aguentaria viver com isso.

Estávamos nós beijando, ele está com o gostinho de suco de melancia na boca, tenho certeza que eu também estou.

Me afastei dele. — Quer fazer alguma coisa legal? - Perguntei

— Tudo com você é legal. - Ele sorriu - Mas eu queria ver você cantando.

— Não. - Dei risada - Eu não canto.

— Eu sei, nem no chuveiro. Você é estranha. - Disse Obito e eu fiz uma careta - Só tem eu e você aqui, por favor. Só um refrão.

— Nem pensar. - Fiz que não com a cabeça.

— Que chata. - Ele jogou um copo descartável em mim

— Ei! - joguei nele de volta

— Então por que você não dança? Você adora dançar, não é?

— Não tem música - falei.

— Que sem graça.

— Por que você não dança então? - Perguntei

— Eu danço. - Ele levantou e tentou imitar alguma coreografia de balé enquanto cantava uma música em inglês. Foi engraçado, mas bem estranho

— Você matou o balé. - Falei enquanto ria

— Ah, para. Você adorou. - Ele voltou a se sentar

— Sim, com certeza.

— Eu sabia. - Ele se gabou mesmo sabendo que foi terrível

— Definitivamente, você já usou passos melhores enquanto lutava.

— Isso é maldade.

Beijei a bochecha dele e o abracei, em seguida ele me puxou para sentar em seu colo com uma perna de cada lado de seu corpo. Ficamos abraçados daquele jeito por alguns minutos e em silêncio.

— Eu... - Respirei fundo - Eu queria que esse momento fosse eterno.

— É eterno enquanto você se lembrar.

— wow, que profundo. A gente deveria ta triste? Por que eu tô, mas eu sinto que deveria ser uma despedida feliz...

— Rin, isso não é uma despedida, não vamos ficar longe pra sempre.

— Então por que eu sinto que vamos? - Só consegui sussurrar, acho que tenho medo de falar alto demais e o universo concretizar minhas palavras

— Eu não sei.

— Vamos parar de pensar em coisas triste, ok? - Levantei - Eu tô com frio.

— Toma. - Ele tirou a blusa e estendeu a mão me entregando

— Não, você vai ficar doente. Vamos pra casa, se a gente transar nesse frio vamos morrer de hipotermia.

Ele vestiu a camisa e levantou. Peguei a cesta e o Obito pegou a toalha.

— Por falar nisso, eu tava lembrando que algumas vezes nós fizemos sem camisinha.

— Não se preocupa, eu não posso ter filhos.- Forcei um sorriso

Uma coisa que ninguém sabe sobre mim é que na guerra eu sofri um acidente que danificou o meu útero, o médico disse que as chances de eu engravidar naturalmente serião de 7,5% e se algum dia eu quisesse engravidar, eu teria que fazer acompanhamento médico.

— O que? - Ele me olhou surpreso - Como você nunca me disse nada? Achei que você queria ter filhos.

— Eu quero, mas as probabilidades de eu engravidar são muito baixas, quase nada. Achei que não era a melhor hora pra te contar.

— Eu sinto muito. - Ele veio me abraçar mas eu me afastei

— Não me olha com pena, eu não aguento.

— Me desculpa..

Engoli em seco. Por um tempo foi difícil conviver com isso já que meu maior sonho é ser mãe, mas eu já me acostumei e estou bem com isso.

— Só.. Vamos pra casa.

— Vamos. - Ele pegou na minha mão e nós caminhamos até a minha casa

Estarei sempre te observando - ObirinOnde histórias criam vida. Descubra agora