Capítulo 3

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Aquele sobre a volta às aulas

Acordei na manhã seguinte com a luminosidade vinda da janela. Devia ter me lembrado de fechar as persianas.

A madrugada se tornará absurdamente fria com a neve que caiu, e que agora refletia os raios de sol para dentro do quarto. Ainda assim, eu me sentia aquecido e extremamente aconchegado abraçando meu travesseiro. Voltei a fechar os olhos para tentar dormir, ignorando a claridade. Isso só me fez assustar mais quando meu suposto "travesseiro" respirou profundamente.

Ergui minha cabeça apenas para constatar o que já tinha entendido que estava acontecendo. Entre meus braços, Harry dormia como um bebê! Não sei como fomos parar naquela posição durante a noite, mas, apesar do constrangimento, não poderia negar o quão confortável era sentir as costas dele contra meu peito. Tentando ser o mais delicado possível, tirei meus braços da sua cintura e caminhei silenciosamente até o banheiro. Quando já havia terminado minha higiene matinal, encontrei um Harry sonolento, sentado na cama esfregando os olhos.

- Bom dia!

- Bom dia, que horas são? - perguntou ele.

- São... - caminhei até meu celular na mesa de cabeceira - nove e meia. Acho que a gente devia descer para tomar café.

- Claro. - Harry então se levantou com muita dificuldade, ainda mole de sono, e pegou a roupa da noite anterior de cima da escrivaninha indo para o banheiro.

Alguns minutos depois, já estávamos descendo as escadas e encontrando toda minha família reunida em volta da mesa. Minha mãe havia preparado panquecas e um delicioso café. Ainda havia frutas, suco de laranja, pão, manteiga e geleia, compondo a bela mesa de café da manhã. Me sentei em uma das pontas e Harry à minha direita, bem ao lado das gêmeas, que já pareciam melhores amigas dele.

- Todos os meus filhotes aqui comigo! Que felicidade! - disse minha mãe. Tenho a suspeita de que aquele era um comentário pessoal que ela deixou escapar, mas isso não evitou que todos nós ríssemos, revirando os olhos pelo drama materno.

Tomamos um café reforçado e, em poucas horas, já estávamos nos despedindo de todos e voltando para Londres. O caminho foi tão tranquilo e descontraído quanto a ida, mas nessa vez eu era quem controlava o rádio. Mal vi o tempo passar quando Harry estacionou no subsolo do prédio.

- O que você vai fazer? - ele perguntou enquanto subíamos pelo elevador.

- Não faço ideia - eu sabia exatamente sobre o que ele estava falando - Acho que jogar "viagem entre realidades" no Google é um bom começo.

- É sim. - disse embalado em uma risada gostosa e contagiante.

Abrimos a porta do apartamento e encontramos os outros três garotos - acho que posso chamá-los de amigos - sentados na sala de estar. Na televisão, passava um filme de natal, O Grinch, um dos meus preferidos. Zayn olhou por cima dos ombros, nos fitando com um olhar sugestivo que não entendi.

- Quem é vivo sempre aparece! Onde as margaridas estavam, posso saber? - Perguntou Niall.

- Na casa da mãe do Lou - diz Harry

- O noivado da Lottie! Como foi? Me conta tudo? - pede Zayn, na maior empolgação possível. Ele conhecia Lottie há muito tempo e ficou feliz com o pedido de Shawn para minha irmã quase tanto quanto eu.

Eu me sentei no sofá, em meio aos três garotos e comecei a descrever passo a passo do pedido de casamento, narrando desde a ligação de minha irmã na quinta-feira até as famosas e poderosas Piñas Coladas que Lotti preparou e obrigou todos a beberem em comemoração a sua felicidade. Me sentindo mais confortável do que esperava perto de meus dois mais novos - ou nem tanto assim - melhores amigos, me deixei levar pelas piadas e pela risada escandalosa, porém contagiante, do irlândes ao meu lado.

No Matter Where | l.s.Where stories live. Discover now