No Matter Where | l.s.

Epílogo

O sol entrava fraco pelas cortinas fechadas a pouco. Com cuidado, Harry voltou para cama e antes mesmo que pudesse se ajustar corretamente, um Louis ainda dormindo retornou aos seus braços, encostando o rosto no peito do outro e se aninhando ali. Talvez essa fosse a cena mais bela que aqueles olhos verdes já puderam observar, por isso ele não se conteve em passar os minutos seguintes apenas olhando e acariciando os cabelos lisos do outro.

Uns quinze minutos depois Louis despertou, apertando os olhos assim como o tronco de Harry. Quando as safiras azuis se abriram completamente e se depararam com a cena, ele apenas levantou o rosto encontrando-o sorrindo, completamente apaixonado.

- Bom dia! - disse Harry, depositando um singelo beijo na boca de Louis. O menor, entretanto, arregalou os olhos e, ainda abraçado com o outro, abriu e fechou a boca sem conseguir formular uma palavra sequer, fazendo com que o medo se alastrasse pelo peito do cacheado.

- Hazz, e-eu...

- Você voltou, não é? - respondeu com os olhos já marejados.

Não é como se ele não esperasse por isso desde o dia em que Louis chegou nessa nova Terra. Porém, ele não tinha como se preparar, como se blindar para o medo de talvez perdê-lo. Nada estava certo. Poderia esse Louis também amá-lo? Poderia seu Louis sentir o mesmo que aquele que não estava mais ali?

- Eu não sei o que aconteceu. Me desculpa! - disse o de olhos azuis, com a voz ainda rouca de sono.

- Não se preocupe, tá? Eu vou tomar um banho e depois a gente desce pra tomar café. Está tudo bem!

Louis concordou com a cabeça, finalmente desvencilhando seus braços do mais alto. Harry, um tanto desnorteado, levantou da cama sem nem mesmo se lembrar que estava apenas de cueca. Os olhos de Louis voltaram a se arregalar enquanto o cacheado o olhava estaticamente, tentando formular uma resposta para aquela situação. Sem sucesso, ele apenas pegou a toalha, suas roupas e o celular de cima da escrivaninha e foi para o banheiro. Porta trancada, sentado no vaso sanitário, ele pediu ajuda aos amigos.

AJUDA!

Você criou esse grupo

Eu: ELE VOLTOU!

Eu: O Lou voltou!

Eu: Não sei o que fazer!

Eu: Alguém responde por favor!!!!!

A resposta não veio, mesmo depois de quase cinco minutos olhando para a tela do celular como se uma sugestão mágica fosse aparecer ali. Não é como se ele tivesse deixado as águas do chuveiro se misturarem com suas lágrimas. Pelo contrário, se quer uma foi derramada, entaladas em sua garganta que clamava por um grito. Medo! Era tudo que passava em sua cabeça. Já no quarto, Louis estava confuso.

Quando Harry saiu do banho, vestido, encontrou o outro trocado e sentado na cama com os joelhos encolhidos. Seu olhar era de pura confusão e tudo o que Harry mais queria era abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas não podia. Até onde ele sabia, Louis era o mesmo de dez dias atrás, de dez dias antes do beijo ou das declarações feitas entre as paredes daquele quarto. De dez dias antes de Harry o chamá-lo de amor.

- Você está bem? - disse, se sentando na ponta da cama.

- Sim... quer dizer, está tudo muito confuso, nebuloso. Quando a gente chegou aqui?

- Faz dois dias. Hoje é Natal , deveríamos...

- O que aconteceu, digo, entre a gente? - Louis o interrompe.