No Matter Where | l.s.

Capítulo 8

Aquele com A conversa

Já era tarde de domingo quando Liam finalmente chega ao nosso apartamento com sua mala gigante. Tínhamos combinado de Lottie vir nos buscar, mas como agora Harry também iria para Doncaster, a carona estava garantida. Arrumamos tudo no carro e embarcamos, Liam e Zayn no banco de trás, eu e Harry na frente.

O caminho passa rápido entre risadas e conversa jogada fora. Quando menos percebo, o cacheado já está estacionando na porta da minha casa. Descarregamos tudo e o, em breve oficialmente, casal segue para a casa vizinha. Passo pela porta e a cena da semana anterior se repete, sou engolida em abraços carinhosos e palavras de amor ditas às pressas como se eu tivesse ficado fora por um ano inteiro. Harry também recebe o carinho exacerbado de toda a minha família, que parece se apegar cada vez mais a ele.

- Hazz, pode levar suas coisas para o antigo quarto da Lottie. A gente usa ele como quarto de hóspedes agora - digo e ele assente.

- Ah não querido! - interrompe minha mãe - Seu primo vai vir passar o Natal com a gente e vai trazer a namorada, acho melhor eles ficarem com o quarto.

- Beleza, pode colocar as coisas no meu mesmo então - digo meio envergonhado. Não é como se nós não tivéssemos dormido juntos antes. Na verdade, fizemos exatamente isso na semana passada. Mas foi antes do beijo!

Subimos as escadas e desfazemos as malas para que seja mais fácil achar as roupas. Quando volto para a sala, as gêmeas estão me esperando com as dezenas de trabalhos escolares natalinos que têm para me mostrar. Klaus passava na televisão, apenas completando o clima da casa inteiramente decorada. Reparo que na lareira tem uma meia a mais pendurada, um bordado, aparentemente feito às pressas, estampa o nome de Harry. Isso aquece meu coração.

- Você pode ficar com as meninas um minuto? Vou conversar com a minha mãe sobre aquele assunto das dimensões - sussurro para ele quando elas terminam de me mostrar os desenhos da escola.

- Claro!

Caminho até a cozinha pensando em como posso começar aquela conversa. Possibilidade número um:

Oi mãe, então eu não sou dessa dimensão e estou tentando voltar para casa, você sabe alguma coisa sobre isso?

Definitivamente não. Opção número dois:

Oi mãe. Você já ouviu falar em mundos paralelos? Então, se hipoteticamente eu fosse de um, você sabe como eu vim para aqui?

Não também! Acho que o melhor é ignorar a parte da viagem dimensional e focar no motivo da bifurcação.

- Oi mãe, 'tá ocupada? - digo entrando na cozinha.

- Claro que não Boo!

- Então...Eu estava pensando - começo meio sem jeito - e, bem, como você está me mantendo na faculdade?

- Ora querido, você não custa tanto para mim quanto pensa. Fora que a Lottie já se mantém sozinha e a Fizzy está trabalhando em uma livraria aqui perto, então ela paga as dezenas de roupas novas - minha mãe ri e sua risada é tão gostosa que nem tento me conter em acompanhá-la.

- Mas não fica puxado por aqui?

- Meu amor - ela coloca as mãos no meu rosto - é claro que as contas apertaram um pouco, mas nada que não consigamos contornar. Além do mais, eu abriria mão de qualquer luxo para poder dar uma boa educação para você e suas irmãs.

- Obrigado mãe!

- Imagina meu querido! Mas porque essa preocupação repentina? Está acontecendo alguma coisa?