Capítulo 10

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LEIAM O RECADO NO FIM DO CAPÍTULO!!!!!!

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Aquele no apartamento do Zayn

O despertador começa a tocar alto, me acordando num susto. Nem me dou ao trabalho de tirar a cabeça do travesseiro ou abrir os olhos. Afinal, ainda é Natal e tudo que eu mais quero é parar esse barulho e voltar para o meu sono. Tateio a mesa de cabeceira ao lado da cama até achar o aparelho e desligá-lo. Antes que eu possa voltar a dormir, estico minha mão e começou a mexer no colchão a procura de Harry, mas tudo que encontro é o lençol gelado.

Isso me desperta mais rápido do que um balde de água fria. Olho em volta, tentando fazer com que minhas pupilas se acostumem o mais depressa possível a claridade e me deixem enxergar. Mas quando isso acontece, tudo o que mais desejo é que nunca tivesse acordado. Estou de volta no meu quarto, no escuro, deprimente e solitário flat que morei no último ano. Pego o celular da mesinha, verificando a hora, são apenas dez da manhã, mas o que me choca é a data marcada no visor: 15 de dezembro.

Não é possível! Não foi um sonho! Não pode ter sido!

A angústia começa a subir pela minha garganta, chegando até meus olhos que agora escorrem mais que uma cachoeira. Não consigo conter as lágrimas, e nem quero. Era bom demais para ser verdade, para ser duradouro. Se respirar fundo o suficiente, ainda consigo sentir o cheiro amadeirado que Harry carrega, mas ele não está aqui, nunca esteve, pelo menos não neste mundo.

Volto a me encolher na cama, puxando o cobertor para cobrir minha pele exposta. Simplesmente não consigo entender como voltei. Por que voltei? Será que tinha irritado o universo o suficiente para que ele me castigasse com o deslumbre de uma vida que não tenho? Será que Harry está bem? Será que ele e meu outro eu vão ficar juntos? E eu, vou ficar sozinho?

É quase duas da tarde e meus olhos ainda não pararam de escorrer. Não tenho forças sequer para sentir fome, mas preciso me levantar, nem que seja para voltar a chorar em outro lugar. E é exatamente isso que eu faço. Me troco com qualquer roupa - só então percebo que meus tênis não voltaram comigo para cá e sou obrigado a colocar um par um pouco mais novo - e pego um táxi até a casa de Zayn. Não tinha parado para pensar o quanto isso também seria doloroso, mas quando paro em frente a porta do apartamento 82 começo a criar esperanças de que Harry vá abri-la. Isso nunca acontece.

As lágrimas voltam a escorrer e acabo por me jogar nos braços do meu amigo, que me recebe surpreso e preocupado. Ele me ampara pelos ombros e seguimos para o sofá. Demora mais de meia hora até que os afagos de Zayn nas minhas costas consigam me acalmar o suficiente para que possa falar.

- Eu voltei Zee! Eu voltei, mas eu não queria! Eu queria ficar lá com o Hazz! - as lágrimas ainda escorriam por minhas bochechas.

- Ficar onde Lou?

- Naquele mundo, com ele!

- Louis, eu não estou entendo. Que mundo? Ele quem? - o tom de voz de Zayn é calmo e compreensivo, mas ainda confuso.

- Eu estava lá, em outro mundo. Parecia com o nosso, mas não era. E o Harry estava lá também e a gente ia ficar junto, mas eu voltei. Voltei para cá! - gritei com toda a dor que sentia em meu peito.

- Lou, eu acho que você não está bem. É melhor te levar ao médico.

- Não! Eu estou bem. Você já me levou no médico e ele não encontrou nada de errado - me levanto de súbito do sofá e começo a andar pela sala, ainda meio desnorteado.

No Matter Where | l.s.Where stories live. Discover now