Visita incoveniente

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Stéfani:

Mirella me ensinou algumas coisas e por fim me dei o trabalho de ter foco por mais que as vezes me perdesse ao olhar seu corpo divino que exalava poder.

Ela tinha as mãos apoiadas em minha cintura enquanto agora eu atirava, mantendo o equilíbrio e a atenção como pedido por ela. Quando dei um mínimo intervalo para mirar outra vez, pois ainda tinha dificuldade excessiva, Mirella segurou minha mão e sussurrou ao meu ouvido.

- Mirella: Me da a arma. - foi baixo e sério. - Tem alguém aqui.

Mirella se afastou com calmaria e viramos para direção oposta, dando de cara com uma mulher negra, braço fechado em tatuagens e um cabelo cacheado e vermelho, divino.

- Tábata: Porra,  Lipe! - ela soou entre dentes.

- Lipe: Ok, eu não sabia que ela estava aqui, ainda mais com uma arma.

A mulher sorriu forçado e Mirella debochada.

- Mirella: A bastarda a casa torna... - soou desprezível.

- Tábata: Sua psicopata melancólica de merda. - ela revidou.

Eu observava aquela troca de farpas em silêncio, atrás de Mirella enquanto ela se mantinha a minha frente com sua posição provocativa.

- Márcia: Solta a arma, Mirella. - sua mãe chegou trazendo uma pequena maleta em mãos e a encarou com seriedade.

- Mirella: Não pode entrar na minha casa e me dar ordens só por ser minha mãe. - ela apontou a arma para a própria mãe e eu me assustei. - Se acha que vai trazer essa bastarda idiota pra cá e controlar minhas atitudes, está enganada. Eu não pouparia o mínimo esforço em colocar a bala dessa arma na sua cabeça.

-Miriam: Pelas minhas contas e garrafas estilhaçadas aí só tem uma bala. - ela soou provocativa. - Se atirar em mim, Arielle atira na cabeça da maldita garota atrás de você. - ela dizia com convicção enquanto colocava a maleta sobre a mesa e a abria com lentidão.

Mirella respirou fundo e seu maxilar travou, ela engoliu em seco e eu suspirei pesado pelo nervosismo. Mirella recuaria por mim?

- Márcia: Vamos lá... atira. - ela provocou. - Ou vai recuar por causa de uma garota inútil que achou na Colômbia?

- Mirella: A única inútil aqui é você! - Mirella soou rígida em alto e bom tom, abaixando lentamente a arma.

Ela estava me defendendo, recuando?

- Mirella: Ela sequestrou minhas filhas e você poupou a vida dela, e agora acha que pode trazê-la aqui?! - ela praticamente gritava. - Você passou de todos os limites.

- Márcia: Eu não ligo pra nada disso, garota! - ela praticamente gritou. - Eu não estou aqui por causa de uma porra de sequestro que aconteceu quando suas filhas tinham 1 ano de idade!

A expressão de Mirella era furiosa.

- Márcia: Essa sua raiva toda não tem justificativa! Deve compreender que toda ação tem uma reação! - Márcia a encarou severamente. - E daí que ela sequestrou suas filhas?! Que limite é esse que você acha que eu passei?! Quantos pais, quantos filhos que você mutilou, torturou, assassinou, destroçou e jogou em uma vala rasa no meio do nada sendo inocente ou culpado?!

Márcia se aproximou.

- Márcia: Você me julga mas vai direto pro inferno igual a mim! - ela praticamente cuspiu as palavras no rosto de Mirella.

Mirella a empurrou.

- Mirella: Se gritar comigo outra vez, mato você e seu projeto de gestação fracassado e mando jogarem em uma vala rasa como todas as pessoas que já matei. - ela disse furiosa em tom alto.

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