Por do sol

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Mirella:

Costumávamos assistir o por do sol de dentro do iate em alto mar quando íamos à ilha. Íamos um pouco mais distantes e geralmente utilizávamos desse momento para pensar ou torná-lo uma lembrança familiar.

A visão do horizonte, onde o céu e o mar pareciam se unir era perfeita. A intercalação das cores azuis e das nuvens tão claras tornava tudo mais leve. A presença de Stéfani com sua tamanha imponência trazia poder sobre mim. Era uma sensação incomum, jamais sentida, e de tal forma indescritível para mim.

Eu podia respirar outra vez, sem ouvir os barulhos dos tiros, as vozes masculinas irritantes, os problemas a cada 10 minutos... referente aquela maldita máfia.

Eu me sentia viva outra vez, o mundo parecia ganhar cor novamente e a felicidade retornar.

Não que eu não sentisse isso com a presença das minhas filhas ou minha família em geral, eu só tinha me acomodado aos monótonos dias e a repetitiva rotina. Onde o mundo já parecia falho demais e a vida sem muita importância. Tudo era repetitivo demais e Stéfani mudou isso. Era algo novo, inesperado e diferente.

Eu sentia-me desafiar os limites outra vez.

Nos afastamos um pouco e ficamos a sós, na parte lateral onde podíamos ter a visão de tudo. Notei seu sorriso involuntário quando a olhei, era fofo e... tão genuíno.

Seu rosto estava um pouco vermelho, tanto quanto sua pele. É... eu me lembraria de passarmos protetor solar da próxima vez.

Narrador:

Mirella tocou o rosto da garota gentilmente e Stéfani aproximou seu corpo um pouco mais do dela. Apoiadas a barra de proteção do iate enquanto se perdiam no olhar entre os olhos castanhos intensos de ambas.

- Stéfani: Te deixei marcas... - a loira sussurrou falha.

- Mirella: Eu espero nunca perder as marcas que você me deixou. - a morena confessou em convicto e bom tom.

Seus dedos delicados passearam pelos cabelos da loira, e ao mesmo tempo Mirella mantinha nos lábios o sorriso bobo que desde então carregava. As frases dita por Muryllo já eram esquecidas, a morena nem se recordava do "tire essa garota da sua cabeça!" "Ela te deixa vulnerável, não esta vendo?!"

- Mirella: Preciso de você ao meu lado. - escapou em um timbre vocal doce, vulnerável.

A forma como Mirella queria Stéfani era extraordinária, a mafiosa estava apaixonada e nada a pararia. Nada.

Stéfani:

Esse início afetivo significava um possível amor, e esse amor, eu o nunca deixaria morrer.

Nem mesmo dos namoros bobos até as minhas paixões mais intensas eu havia sentido algo tão forte como Mirella me fazia sentir. Eu podia sentir queimar por  dentro alastrar-se por cada parte do meu corpo e consumir-me rapidamente.

Eu ansiava por seus lábios, por seus toques carinhosos e por sua doce fala quando se aproximava de mim. Eu podia botar seus ambos lados se dividirem quando estávamos juntas. Aquela dureza e frieza esvaia, e eu tinha por completo aquela intensa e verdadeira Mirella.

- Stéfani: Estarei ao seu lado. - sussurrei antes de deixar um beijo rápido em seus lábios avermelhados.

A brisa fria vinha contra nós, emanando sua temperatura e fazendo com que meu corpo arrepiasse.

Por mais que ela estivesse apenas com a parte superior de um biquíni e uma saída peculiar, sua intensão foi me virar de costas e me abraçar por trás, envolvendo-me em seus braços e deixando seu corpo quente me aquecer.

Mirella:

Em uma compilação do universo, talvez o decidido fosse nunca deixar permanecer vivo aquele que estivesse próximo a mim. Assim como meu pai e quase toda minha família, tiveram um futuro arruinado e em seguida foram mortos. Mas assim como mantive Bianca, Rafa, Lipe e as gêmeas vivas, eu daria um jeito de manter Stéfani ao meu lado.

Eu não falharia com ela, como falhei com Letícia...

(...)

A cor alaranjada começou se tornar predominante no céu, o por do sol começava a acontecer. O assistimos em silêncio, na mesma posição, em que eu a abraçava e minhas mãos descansavam sobre seu abdômen entrelaçada as suas.

Meu lábios tocaram seu rosto lateralmente em um beijo rápido e senti ela deitar a cabeça em meu ombro. O tempo foi passando e assim que a vista foi se tornando escura com a presença da lua forte e a temperatura caiu um pouco mais, retornamos para casa.

(...)

Stéfani

Jantamos entre conversas aleatórias e em seguida fomos para os quartos. Mirella foi colocar ambas as filhas para dormir pois já estavam cansadas e eu aproveitei o tempo pra tomar um banho rápido.

Notei que minha pele estava um pouco ressecada pela intensidade dos raios solares da manhã divertida que tivemos. Utilizei os produtos deixados ali, o que pareceu aliviar um pouco.

Confesso que depois de ficar na cama, completamente entediada, pude pegar no sono. Acordei quando ouvi a porta do quarto ser fechada e quando abri os olhos notei que Mirella aparentemente já havia tomado banho e estava de cabelos secos.

- Stéfani: Eu dormi muito? - questionei confusa e um pouco sonolenta.

Ela se aproximou deitando na cama, ao meu lado, me olhando com ternura.

- Mirella: É... - ela soou falha. - Consideravelmente você terá insônia.

Olhei para o relógio ao lado e revirei os olhos, a insônia realmente aconteceria. Eu era aquele tipo de pessoa que depois de acordar impulsivamente durante a noite, a acabava não conseguindo voltar a dormir.

- Mirella: Desculpa.. - ela tocou meu rosto. - Por te acordar.

Toquei sua mão a retirando da região e entrelaçando-a a minha.

- Stéfani: Talvez eu prefira passar a noite em claro com você. - soei brincalhona e ela sorriu antes de revirar os olhos.

Beijei seus lábios calmamente e depois que nos afastamos ela manteve o olhar carinhoso sobre mim. Busquei uma posição melhor e pude encara-la notando cada mínimo detalhe em seu rosto.

- Stéfani: Seu sorriso é lindo. - comentei e ela sorriu involuntariamente.

Seu corpo se aproximou e ela afundou o rosto na curva do meu pescoço. Uma de suas pernas apoiou-se sobre as minhas e pude notar que ela estava só de calcinha.

Era pura maldade...

Sua bunda parcialmente empinada parecia pedir que minha mão repousasse ali, assim o fiz. Deixei um leve tapinha e pude ouvir seu sorriso seguido de um sussurro "perdeu a timidez, Stéfani?".

Minha mão acariciou a região, passeando até sua cintura e parcialmente suas costas. Indo e retornando, fazendo um caminho interessante.

Não havia outras intenções, Mirella sabia disso. Ela entendia meu tempo e respeitava isso como nenhuma outra pessoa havia feito. Eu entendia seu arrepio inventável, incontrolável. Estava tudo bem. Eu também me sentia assim ao ter sua mão segurando minha cintura por baixo da blusa.

Deixei alguns beijos em seu rosto e pude ouvir sua voz rouca pedir que eu não saísse da cama pela manhã a deixando sozinha.

Com o passar do tempo, a respiração da morena em meus braços foi se tornando mais leve. O dia havia sido cansativo e ela mal havia dormido na última semana. Era sempre um sono fracionado ou interrompido. Estava descansado nesse fim de semana, e eu entendia completamente seu sentimento de segurança e conforto se dando a liberdade de descansar quando estava comigo.

Daqui a pouco eu posto os dois capítulos ❤️

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