Afeto inimaginável

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Stéfani:

Estávamos felizes, éramos felizes. Mas era hora de retornar pra nossa realidade após mais alguns dias naquela bela ilha. Comemoramos por alguns bares e restaurantes de Punta Cana, bebemos juntas, nos divertimos juntas... fizemos um pouco de tudo e talvez tivéssemos nos apaixonado eternamente por aquela cultura e tamanha simplicidade em demostrar afeto das pessoas da região.

Quando chegamos ao aeroporto, Mirella me abraçou de lado e passamos em meio ao tumulto. Vestidas em moletons e capuz colocados para evitar fotos bem focadas, questionamentos ou reconhecimento em outras partes do ambiente. Ao entrarmos no jatinho fomos diretamente para Inglaterra, onde pousamos no aeroporto de Londres. As gêmeas nos esperavam com Melissa no hotel, uma cobertura luxuosa onde a recepção por parte dos funcionários era incrível, e respeitosa. O local era enorme, vasto de diversidades em entretenimento/lazer... e bem lotado normalmente, já que na frente era um baita cassino super visitado pelas pessoas mais nobres e bem sucedidas da cidade.

Nomes de grande reputação e conhecimento.

- Mirella: Vamos entrar juntas, olha somente pro chão. Certo? - ela pediu antes de descermos do carro. - Vamos passar a noite aqui e amanhã pela manhã mudaremos para a nossa penthouse no cassino.

Recolocamos o capuz assim que ao analisarmos pela janela, notamos a enorme quantidade de paparazzi na entrada do hotel. Nossos nomes eram assuntos, eram pautas de curiosidade. Onde quer que fôssemos nesse exato momento, seríamos fotografadas e barradas por diversas perguntas.

Entramos juntas outra vez e a segurança do hotel fez questão de facilitar nosso acesso a pedido da empresária. Adentramos o elevador em seguida e fomos para o último andar, onde ficaríamos por alguns dias antes do evento que ocorreria e éramos convidadas.

Narrador:

Ao entrar na suíte que mais parecia um apartamento, as crianças correram em direção a mãe e a noiva. Recepcionando-as com abraços e beijos de saudade. Stéfani até se surpreendeu um pouco com o afeto, isso vinha evoluindo bastante ultimamente. As gêmeas vinham sendo cuidadosas, carinhosas e mais abertas quanto aos sentimentos e as dúvidas diárias. Pediam ajuda, questionavam quando precisavam e até a surpreendiam se aproximando de forma sútil e carinhosa muitas vezes, em momentos expontâneos. Quando ligavam pra mãe durante a viagem ao Caribe, momentos depois telefonaram para Stéfani ou pediam pra falar com ela pelo celular da mãe biológica mesmo.

A psicóloga estava começando a se sentir familiar.

- Beatriz: Sentimos sua falta... - uma das gêmeas sorriu antes de tocar o rosto de Mirella.

- Isabella: Mamãe, a gente pode assistir aquele filme que você prometeu antes de sair? - a garota questionou

agitada assim que Stéfani a pegou no colo.

Rapidamente Mirella fixou o olhar na noiva e na filha, assim como Gabriela. Ambas haviam ficado surpreendidas com o chamado, tanto quanto Stéfani.

- Stéfani: Falou comigo? - questionou confusa, um tanto quanto falha.

- Beatriz: Você havia prometido pra gente. - ressaltou a outra, não entendendo diretamente do que se tratava.

Aquilo soou tão espontâneo, sem pressão ou ensinamentos. Foi tão tranquilo e suave que fez Stéfani se perder na inquietude da confiança própria em receber aquele carinho. Nunca imaginou ser chamada de mãe e não esperava por isso agora, não achava que fosse tão importante assim para as garotas.

- Stéfani: Ok... - ela sorriu desconcertada. - Podemos fazer o que quiserem, daqui a pouco. - ela deixou um beijo na menor em seus braços.

Mirella um pouco distante, sorriu e teve os olhos marejados. Não imaginava nunca que as filhas reconheceriam outro alguém como mãe. Ambas odiavam os relacionamentos da mãe quando acidentalmente viam alguma mulher passeando dentro de casa ou visualizavam alguma imagem exposta na internet. Não criavam laços ou ao menos respeitavam essas figuras femininas que antigamente eram parte da diversão da mãe.

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