Ninguém te dirá como amar novamente

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Mirella:

Eu havia praticamente surtado e gritado com Bianca a alguns minutos atrás. E mesmo que tivesse sido no escritório, ainda assim tinham nos ouvido. Eu fui pro quarto em seguida, após sua saída, e depois de um tempo sozinha... Stéfani apareceu.

Stéfani:

Ela estava dispersa, sentada de forma largada no chaise que adequadamente se encaixava na decoração luxuosa e peculiar do quarto. Uma garrafa de whisky ao seu lado e o celular conectado ao carregador, em uma de suas mãos. Qual ela olhava impaciente, esperando que a tela ligasse.

- Stéfani: Amor... - eu a chamei, a fazendo olhar pra mim outra vez. - Quer que eu saia? - questionei um pouco tímida após não notar expressão nenhuma sua.

Ela se manteve em silêncio por alguns segundos, e em seguida levantou.

- Stéfani: Álcool demais gera cirrose... - mencionei óbvia, assim que ela se aproximou um pouco mais.

- Mirella : Álcool da cirrose, cigarro da câncer... - debochou entediada. - E você pode me dar o resto do dia e a noite inteira se quiser.

- Stéfani: É sério que quer resolver as coisas assim? - questionei assim que sua mão tocou meu rosto de forma sútil.

- Mirella: Você me acalma. - ela disse baixo, quase em um sussurro, de forma óbvia.

Foi se aproximando cada vez mais até que seu corpo estivesse bem próximo ao meu. Eu podia me sentir completamente invadida, mas não de maneira negativa, e sim atenciosa. Aquele olhar específico me deixava tensa.

- Stéfani: Precisamos descer, e não tornar tudo aquilo ainda mais desconfortável pra ela. - ressaltei, me referindo a Madelaine, assim que os toques de Mirella foram se tornando mais oportunos.

Toquei seu abdômen de forma carinhosa, deslizando as mãos até que a prendesse em um abraço pela cintura. Seus lábios tocaram os meus em um beijo lento e paciente.

- Stéfani: Sem brigas, pode ser? - pedi.

- Mirella: Como quiser, pequena. - ela sussurrou ao meu ouvido antes de se afastar.

Eu a acompanhei com o olhar até que chegasse ao closet. E a cena fodidamente excitante em vê-la caminhar enquanto desabotoava a blusa e a jogava ao chão era quase um chamado irrecusável, que eu precisava controlar.

Antes que ela saísse do banho, retornei ao primeiro andar. A certeza de que não aguentaria mais provocações era maior que a necessidade de ficar ali mais um pouco.

(...)

Narrador:

A mesa de jantar foi posta e posteriormente se reuniram no cômodo. Querendo ou não, era sempre naqueles momentos específicos que desafiavam a si próprios em permanecerem entre aqueles que sentiam remorço ou perdoá-los.

Bianca e Mirella não se falaram desde a discursão, e Murilo já aparentava ter voltado a realidade. Madelaine agora se sentia mais confiante e Miriam a ajudava se sentir assim. Arielle mesmo que tímida, se expressou melhor pra deixar aquilo um pouco menos tenso.

Mirella se juntou a mesa, e enquanto jantavam pareciam ter esquecido o que havia acontecido a alguns longos minutos atrás. Quase horas pra ser mais exato. Brigavam como inimigos, mas ainda se perdoavam como as mesmas crianças encrenqueiras na faixa dos 13 anos de idade. Como no passado.

Otávio: E tudo passa, no fim do dia... - mencionou o pai após os três filhos discutirem no gramado de casa devido a competitividade de Mirella, a rebeldia de Bianca e a prepotência de Otávio durante uma brincadeira de adolescentes. - Sempre retornarão a serem unidos quando se derem conta de que são apenas os três, em qualquer momento significativo. Toda mágoa se termina ao fim do dia...

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