Michigan, Louis
Durante a época das competições, quando fico um tanto ausente pelos treinos e todas as viagens, Clifford tende a se tornar um pouco mais travesso e incansável. Desta vez, não está sendo diferente.
Além de um sofá completamente destruído e sapatos corroídos como se minha casa estivesse infestada de cupins, o cachorro também decidiu que seria uma boa ideia rasgar o próprio saco de ração, largado no chão por um descuido meu, e espalhar a própria refeição pela sala inteira.
Felizmente, uma diarista passou para reorganizar a casa mais cedo, porém, não muda o fato de eu precisar de sandálias novas e mais poltronas.
Meu vôo para a Rússia está programado para hoje à noite e como meus dois técnicos disseram que eu deveria apenas descansar, me considerei liberado dos ensaios na Gorky.
Quando a campainha tocou, soube que Liam havia chegado. Uma quinta-feira solta não pode ser passada em branco, ainda mais quando estou prestes a competir, certo? O moreno e eu desenvolvemos uma boa relação através das mensagens que trocamos nos últimos dias, isso se juntou ao fato de ele também estar livre e pela falta do que fazer, o convidei para desestressar um pouco.
— Oi, bonitão. - abri a porta.
— Eu trouxe almoço. - levantou uma sacola de um restaurante mexicano, já conhecido por mim.
— Só pode entrar se tiver burritos. - dei espaço e então ele passou.
Payne usava uma calça jeans clara e folgada, uma camisa preta, lisa e uma jaqueta de tecido grosso em um tom de vermelho vivo por dentro e cinza por fora.
Colocou a comida no balcão que separava a sala da cozinha e se direcionou ao sofá, tirando os sapatos antes de passar seus pés para cima da mesa de centro.
— Só tem tacos e muita guacamole. - sorriu debochado.
— Seu merdinha... - gargalhei, enquanto pegava dois pratos. - Por que te liberaram?
— Victor vai passar o dia resolvendo as coisas da festa de comemoração aos dez anos da academia e o Harry se trancou no rinque fechado desde cedo e não quis falar com ninguém, então eu me dei uma folga.
— Louco pra ser demitido. - neguei com a cabeça, levando toda a refeição para a mesa de centro transparente. - Porra, esqueci a Coca-Cola.
Sem reclamar ou debater, o cabeça raspada se pôs de pé, caminhando até a geladeira e trazendo não só o refrigerante, como também os copos.
— Quem além de mim aguentaria as excentricidades daquela dupla? Sem chances de perder o emprego. - deu de ombros, voltado para o meu lado. - Cadê o Cliff?
— Não me lembro de ter dado intimidade suficiente para que você chamasse meu cachorro por um apelido tosco.
— Claro, porque chamá-lo de "porrinha" é a melhor opção. - zoou o meu jeito carinhoso de falar com o animal.
Na última noite, o mais novo e eu ficamos em ligação e na maior parte dela o cão estava comigo, então o apelido saia inconscientemente em determinados momentos.
Liam pareceu achar interessante e não para de tocar no assunto. É só um nome fofo.
— Está no quarto, quando terminar de comer eu solto. - expliquei, de boca cheia.
— Você trancou o coitado sozinho no quarto?
— Claro que não. Ele está na companhia dos fantasmas de moradores passados.
— Credo, Louis. - riu seco.
— 'Tá com medo? - gargalhei.
— Cala boca. - me empurrou com o próprio ombro.
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ICE CASTLE ❅ {l.s}
FanfictionLouis achava que Evgeni Pliushchenko seria para sempre o grande ídolo dos patinadores artísticos, mas viu sua ideia cair por terra quando Harry Styles entrou em sua academia, a Gorky Central Park. Com quatro medalhas de ouro seguidas na bagagem, um...