ICE CASTLE ❅ {l.s}

❅ THIRTY NINE

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Nova Iorque, Louis

Se há um mês alguém viesse em minha direção contando que eu frequentaria festas ao lado de Harry Styles e teria meu técnico, meia boca, me ajudando a tomar banho, provavelmente eu não só xingaria a pessoa, como também pediria aos céus por misericórdia.

Obviamente, as coisas mudaram bastante no decorrer de nossa breve aproximação. Após viagens de última hora, convites irresponsáveis e ideias perigosas, para me auxiliar a evoluir como patinador, creio que suportar o ocorrido não me pareça mais algo tão ruim assim.

Graças a péssima reação que meu corpo desenvolve após a bebedeira, não costumo me lembrar dos ocorridos na noite anterior. Sendo assim, apenas alguns flash's do passado se faziam presentes em meu cérebro quando acordei naquela manhã de domingo.

Após um bom banho, para tirar a bolha alcoólica emanando ao redor de minha existência, tomei um comprimido para ressaca e muitos goles de água.

No andar de baixo, o café da manhã havia sido posto no mesmo horário de sempre, mas com algumas opções diferentes nas bandejas.

— Bom dia, Sr. Tomlinson. - Corinna puxou a cadeira, como de costume.

— Pode me chamar de Louis, amor.

— Eu insisto na formalidade. - sorriu, colocando as mãos para trás. - Quer que eu sirva?

— Não, obrigada.

— Corie? - a voz rouca do cacheado chegou em nossos ouvidos, mas em um tom animado e distante. - Por favor, me diga que fez panquecas doces com...

— Sr. Styles! Não estou sozinha! - avisou, deixando um sorriso singelo aparecer.

Foi então que a figura do mais alto chegou a sala de jantar, vestindo uma camisa larga com algo bobo escrito, duas maria chiquinhas na cabeça e cueca rosa.

Ao menos eu tive a decência de usar uma camisa, mas parece que nem assim ele resolve colaborar.

— Oh... oi, Louis. - fechou o semblante e cruzou os braços. - Pode ir, Corinna.

— E as suas panquecas?

— Eu como depois. - sussurrou, acenando com o olhar.

O encarei, com os olhos semicerrados e a mente confusa. Em muitas semanas de convivência, era a primeira vez que via ele tratando alguém, além de Victor, como ser humano.

A mulher sorriu, assentindo, e seguiu seu caminho. Ela não parecia incomodada com a mudança de comportamento.

— Dormiu bem? - puxou o assunto.

— Não me lembro.

— Imaginei. - mexeu a sobrancelha como se minha resposta fosse óbvia.

— Então, por que perguntou?

— Credo, garoto. - gargalhou.

— Me passa a pitaia. - estiquei o braço, esperando que ele visse o recipiente contendo a fruta em sua frente e passasse para mim.

— Levante e pegue.

— Sério, Harry... eu estou com dor de cabeça, tem dois hematomas na minha costela e nem lembro como os consegui. - comecei a citar. - Sem falar na...

— AI! - o cacheado levou as mãos a cabeça e fez uma careta.

— O que houve? - questionei preocupado. - Está doendo?