ICE CASTLE ❅ {l.s}

❅ THIRTY SEVEN

Dias atuais, Nova Iorque
Louis

No sábado, a rotina matinal se repetiu. Acordei às nove da manhã, tomei um bom café e passei quase meia hora dentro da hidromassagem em minha suite.

Mas diferente de ontem, dessa vez, meu técnico não possuía reuniões, compromissos, aparições ou qualquer outra coisa que o deixasse longe de mim. Então, após o descanso de almoço, fui arrastado para a sala de ballet, onde ele decidiu que iríamos treinar nossas técnicas.

Com uma camisa preta de mangas curtas que continha o símbolo da Apple pintado com as cores do arco-íris e uma legging branca, eu me encontrava derretendo em meio ao meu próprio suor.

Já o Styles parecia não ter problemas em usar um suéter de gola alta e legging preta.

— Arqueia um pouco mais a coluna no Ina Bauer. - usou o protetor do patins, como sempre, para empurrar meu tronco um pouco mais. - Desce a cabeça, Louis. Minha vó consegue fazer melhor.

— Cala essa... boca. - disse por um fio de voz, uma vez que a posição não era favorável à fala. - Ou você vai morrer antes dessa tal velha.

Ele soltou uma gargalhada alta.

— Vamos do início?

— Calma. - estralei o tronco, caminhando meio torto até uma garrafa de água próxima a porta e bebericando um pouco pelo gargalo. - Vai dançar também?

— Sim. - deu de ombros. - Talvez assim você me use como inspiração para melhorar.

— Te usarei como inspiração quando quiser aprender a ser babaca. - sorri falso.

— Olha quem está sendo implicante hoje...

— Ai, Harry. - revirei os olhos. - Me mama.

O cacheado me olhou incrédulo.

— É forma de falar, garanhão. Coloca logo a música.

Sem questionar mais vezes, possivelmente para não receber mais respostas perversas, o garoto assentiu, se dirigindo a sonoplastia do ambiente e usando o bluetooth do próprio iphone para conectar as caixas de som ao Spotify.

Enquanto voltava ao meu posto, ouvi "Eu não sou para você" da Priscilla Alcântara reverberar pelo ambiente.

Outro dos muitos ensinamentos do grande Styles é sobre não se acostumar com só um tipo de música. Então, posso dizer que meu cérebro anda bem confuso ultimamente, tendo em vista que não só todos os gêneros, como todos os idiomas já foram cantados em meus ouvidos enquanto fazíamos a mesma coreografia em ritmos diferentes.

— Cinco, seis, sete e oito... - e então lá fomos nós.

Por estarmos em solo comum, não existia a possibilidade de realizar os saltos complicados, logo, todos foram trocados por piruetas duplas.

Com mais esforço do que gostaria de admitir, acompanhei o de olhos verdes pelo salão usando uma técnica chamada "Mirror" que ele descobriu sabe-se lá onde, mas que parecia dar muito certo para nós.

— Biellmann! - mandou e eu assenti.

A perna esquerda foi erguida por trás e usei as duas mãos para deixá-la acima de minha cabeça, enquanto a direita se mantinha na ponta do pé, sob a sapatilha bege.

Obviamente, Harry não me acompanhou para não prejudicar seu machucado de alguma forma.

— Tenta um duplo axel. - vi seu reflexo parado através do espelho.

— É ruim quando não se está no gelo, Styles.

— Eu só quero ver como está a entrada.

Assenti, respirando fundo antes de me posicionar para tal ato.