Party in the U.S.A

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Minha mala de mão estava pronta, Carol cantarolava pela casa como se tivesse ganhado na loteria, mas era apenas dois dias sem as crianças e Linda, noiva de Colin, estava pensativa. Estávamos esperando Kimberly e seu acompanhante chegar para irmos. A chácara dessa vez estava totalmente sob nossa responsabilidade, minha mãe decidiu que viajaria sozinha este feriado e todo o resto deveria se virar, pois já estávamos bem grandinhos, palavras dela.

Assim que Kim chegou com seu holidate da vez, um cara super gato e sarado, entramos no carro de Carol que nos dirigiu para a chácara.

— Em comemoração aos Estados Unidos da América, ao povo americano e caucasiano, deveríamos acender um baseado! – Kim sugeriu, balancei a cabeça em negação.

— Não faremos isso.

— Mas deveríamos!

— Onde está David? – Linda perguntou, distraída.

— Ele está indo com Josh e Colin comprar fogos de artifício e essas coisas que eles denominam masculinas – respondi, minha irmã apenas concordou enquanto dirigia concentrada.

— Faz tanto tempo que não fico sem meus filhos que nem sei como é a sensação – ela confessou. Senti pena dela, mas estava feliz que ela ao menos se permitiu dessa vez. Fomos o caminho todo cantarolando as músicas que tocavam na rádio e Michael, companhia de Kim, acenava uma bandeira dos Estados Unidos da América e gritava "Deus abençoe o USA", cheguei a conclusão de que o que ele tinha de gato, tinha de chato.

Como dessa vez não havia Priscila Franco para se encarregar de contratar a equipe que arrumaria a chácara, quando chegamos o lugar estava sem graça, não havia uma decoração e estava bem apático a data. Arranquei as bandeirinhas da mão de Michael que já berrava seu amor pelo país e colei em alguns lugares da casa. Eu não era tão fã dos Estados Unidos assim, mas eu estava grata aquele ano por poder ficar isolada do trabalho. 

Bem, algumas coisas aconteceram desde a páscoa, primeiro: Josh e Colin se aproximaram muito nos últimos meses, meu irmão decidiu começar a jogar golf e eu indiquei Beauchamp como professor. Nour e Nathan estavam morando juntos, essa era uma das razões para ela não estar nesse evento. E Colin e Linda se casariam, oficialmente, em alguns meses.

David chegou carregando uma caixa de fogos de artifício e parecia encarar aquilo como uma missão, mais difícil que lidar com seus filhos, ele precisava lidar com três marmanjos bêbados o dia inteiro. Logo atrás vinham dois dos marmanjos, Josh e Colin, abraçados um ao outro cantando o hino nacional, enquanto improvisavam uma dança e equilibravam caixas de cervejas.

— Ei, me deixe ajudar – disse me aproximando de Josh, mas ele afastou sua mão.

— Não, deixa que eu levo – rebateu estufando o peito.

— Não acredito que você já está bêbado, não são nem 11 da manhã!

— Seu irmão é uma péssima influência – ele apontou para Colin que lhe mostrou o dedo do meio.

— Assuma suas escolhas, Beauchamp! – Colin gritou e Linda o olhou séria. Meu irmão na mesma hora pediu desculpas. 

Era um caos, mas estávamos livres durante todo o dia, sem crianças, sem a mamãe, apenas adultos bêbados e orgulhosos da história do seu país. David decidiu tomar conta da churrasqueira devido ao estado dos outros e eu escondia as coisas caras que poderiam facilmente serem quebradas e caso quebrassem, a culpa, certamente, cairia sobre mim. Eu e as meninas nos deitamos nas espreguiçadeiras que ficavam no deck com visão para o lago, onde os caras estavam soltando fogos e berrando.

— Acho que nunca vou entender essa obsessão dos homens por fogos – confessei e Carol concordou.

— Não faz sentido nenhum.

HOLIDATEWhere stories live. Discover now