[Ato II] Cap. 2

847 115 29
                                    

Nota da autora: por motivos de Any no Coachella, eu decidi soltar o capítulo meio-dia, viu? Se deliciem! Tem um capítulo bônus que vem logo depois desse e tá SUPER emocionante, solto às 17h.

12 de Setembro - 10 AM

— Vocês conseguem mandar um buquê de peônias até 12h? - questionei a atendente da floricultura ao telefone.

— Sim, senhor. Qual seria o tamanho?

— O maior que você tiver, por favor.

— Certo. Alguma mensagem especial?

— Não, eu mesmo vou escrever. Obrigado!

— Ok, vamos preparar o pedido e em uma hora será entregue – a mulher me assegurou, assenti com a cabeça e agradeci.

— Muitíssimo obrigado! – falei e a ligação se encerrou. Dei a volta na ilha da cozinha e Nour apareceu com Owen.

— Você está muito tenso, respire! – ela disse, colocando o garoto na cadeira de alimentação.

— Quero que essa noite seja perfeita.

— Vai ser! Any confia em você e sabe o quanto você se importa, não fique nervoso assim. Se preocupe em aproveitar a companhia dela.

— Você recebe a Priscila para mim? Preciso buscar Ginny no petshop.

Nour assentiu com a cabeça, enquanto dava comida a Owen, que observava atento todos os meus movimentos. Despedi-me dela e saí em direção ao petshop que ficava a três quadras dali. Ginny, a fofa bichon frisé, era a recente moradora do loft.

Depois de uma longa conversa sobre dias tediosos sem a companhia do outro, eu e Any chegamos a conclusão que poderíamos tentar nosso primeiro filho. Um pet. Assim conseguiríamos preencher a casa com uma companhia e um serzinho que necessitava do nosso cuidado.

Nini, como Owen chamava, conseguia dar mais trabalho que um recém nascido e eu não precisava lidar com um bebê para ter a certeza disso. A pelugem de Ginny demandava um cuidado especial, isso significava ser escovada todos os dias e ir ao petshop pelo menos uma vez na semana. Uma vida de princesa. E era esse meu compromisso hoje: buscar Nini no petshop.

A jovem recepcionista que usava um avental com patinhas estampadas, logo me reconheceu quando entrei no lugar e deu meia volta buscando Ginny. A cadela balançou o rabo vindo em minha direção e cheirando meus pés. A peguei no colo e assinei a ficha de liberação para a saída dela, levando-a para a casa.

As ruas do nosso bairro estavam mais vazias que o normal, mas os raios de sol tímidos me faziam não me preocupar tanto. Minha cabeça estava inteiramente focada em Any Gabrielly e nossa noite. Ela sabia da festa de despedida, mas não tinha ideia do que eu havia preparado. Eu precisava de um momento a sós com ela. Parecia o fim do mundo, mas não era. Era pior. O Apocalipse ao lado de Any me garante, ao menos, um novo Gênesis. Um mês sem ela era só uma promessa de saudades. E ausência de toque. E não vê-la todos os dias.

Eu sabia que ela não escaparia, ainda seríamos eu e ela. Mas eu não tinha uma boa relação com despedidas. E Gabrielly estava feliz, desde o fim da Fashion Week de Nova Iorque, ela mal consegue dormir ansiosa para essa nova fase da carreira dela. Muitas coisas estavam envolvidas, coisas que eu não tinha a dimensão. Essa viagem significa um ponto determinante para o sucesso dela. E eu apoiaria até o último segundo. Sem sombra de dúvidas.

Ginny se sacudiu no meu colo quando entramos no elevador, ela estava doida para que eu a colocasse no chão, mas isso só aconteceria em casa. Quando as portas de metal se abriram dentro da minha casa, eu sabia que minha sogra havia chegado pela agitação que havia no ar.

HOLIDATEOnde histórias criam vida. Descubra agora