5: A festa

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                         P.O.V LENA LUTHOR

Tínhamos acabado de estacionar e estávamos caminhando em direção às altas portas de entrada da Casa da Matilha.

Todos estavam muito bem-vestidos. A cada passo, eu sentia minha ruína que se aproximava.

Queria dar meia volta e correr para casa.

Sim, mesmo de salto. Eu estava desesperada.

"Ah, isso vai melhorar tanto a nossa posição na matilha", disse minha mãe, alheia a tudo. "Não vejo a hora de conhecer a Alfa. Juro que se eu fosse alguns anos mais jovem..."

"Mãe, por favor", implorei. "Para."

Por sorte, minha mãe rapidamente se distraiu e eu não tive que explicar por que precisava tanto que ela parasse de falar naquilo.

A Bruma estava me dando trabalho. Passei o dia todo tentando reprimi-la, mas agora... Agora a Bruma achou que seria um bom momento para tomar conta do meu corpo.

Justo quando estávamos chegando ao jantar. Por favor, implorei outra vez ao meu corpo quente. Não tenho tempo pra isso.

Foda-se você, meu corpo respondeu. Aff, eu estava conversando com o meu corpo agora. Isso era errado. Droga de Bruma.

Uma recepcionista humana nos recebeu e nos conduziu até a sala de jantar.

Lustres, retratos de antigos Alfas e uma dúzia de mesas, arrumadas com talheres dignos da realeza. Não de meros plebeus como nós.

Quando nos sentamos, reparei que nossa mesa era a mais próxima da mesa da Alfa.

Coincidência? Eu me lembrei do olhar estranho de Lana quando trouxe o convite para nossa casa.

Afastei o pensamento. Era uma coincidência. Tinha que ser.

Da minha cadeira, a posição era perfeita para analisar as outras mulheres presentes.

Eu definitivamente não era a mais bonita, disso tinha certeza. Havia outras mulheres jovens, mais ou menos da idade da Alfa, próximas de completar trinta anos, que eram simplesmente estonteantes.

Com suas pernas longas e delgadas, seus lábios carnudos e protuberantes e olhos brilhantes. Eu sabia que não havia comparação.

Eu era curvilínea, meus cabelos negros caíam desalinhado sobre as costas, e meus olhos verdes eram menos... tradicionais, eu acho. Mas o que me faltava em sofisticação, sobrava em intensidade.

Ninguém no salão se destacava tanto. Para melhor ou pior.

"...o que uma garota como essa está fazendo aqui?", ouvi uma das mulheres sussurrar para as amigas. Elas riram.

Vacas maldosas.

Elas também não eram da realeza. Simplesmente se achavam superiores.

Eu sabia exatamente quem era. Eu não era uma lobisomem implorando de joelhos para ser comida por um lobo importante da Casa da Matilha.

Eu lutava por um princípio.

Em algum lugar neste mundo havia uma companheira pela qual valia a pena esperar. Alguém que olharia nos meus olhos e realmente me veria. Alguém que, à primeira vista, me amaria. E eu, a ela.

Aqui na Casa da Matilha? Não havia nada do meu interesse.

Estava considerando ir embora quando reparei em um dos rapazes de outra mesa olhando para o meu decote. Não sei explicar o porquê, mas me senti lisonjeada.

Os Lobos Do Milênio - Livro I - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora