12: A conversa

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P.O.V. LENA LUTHOR


Eu me senti uma grande covarde, mas estava exausta depois da floresta.

Parecia que eu havia sido drogada. O que quer que o agressor estivesse prestes a fazer, eu não teria forças para impedir.

A sombra se aproximou e começou a me envolver. Parei de me debater quando senti um abraço familiar.

"Lena", sussurrou meu pai com a voz suave. "Acalme-se, querida. Trouxe um roupão para você. Vamos entrar."

Senti seus dedos em minha pelagem e voltei a me sentir bem. Ele colocou o roupão sobre minha forma de loba e eu me transformei, caindo em seus braços.

"O que aconteceu? Você foi atacada?", perguntou ele, preocupado.

Eu fui? Sinceramente, não tinha certeza, mas senti que minha mente havia enfrentado algum tipo de batalha.

Fiquei me perguntando se tinha alguma coisa a ver com o que fez Kara se afastar com o grupo. As coisas deviam estar conectadas. Não conseguia pensar muito a respeito naquela hora sem desmaiar.

"Estou bem, pai. Só preciso descansar. Foi uma noite longa e estranha", respondi.

***

P.O.V KARA ZOR-EL

Meu escritório começava a parecer uma prisão. Eu estava mais inquieta do que nunca, mas não teria como sair dali sem que alguém percebesse.

Estive com James no local onde a patrulha havia perdido o rastro do errante, mas não consegui descobrir qualquer pista sobre o paradeiro dele.

Admito que aparecer de mãos vazias não pegava bem para mim, mas a última alternativa era mentir para James e os quatro soldados e eu já estava mentindo mais do que gostaria.

Não era incomum que um estranho cruzasse o território da Matilha, mas o cheiro inexplicável e o desaparecimento logo na sequência deixou todos que sabiam do ocorrido em estado de alerta.

Por enquanto, os únicos que sabiam eram eu, James, Lucy, Alex, Joon e os quatro soldados.

Fiz os soldados jurarem segredo até descobrirmos quem era o invasor e aonde ele estava indo.

Para ser cautelosa, enviei pequenos grupos de guarda para proteger qualquer lugar ou pessoa que julguei importante.

O que quer que fosse, estaríamos prontos para a batalha quando chegasse a hora e, com sorte, teríamos força o suficiente para vencer.

Quando estávamos a sós, James cruzou os braços em indignação. "E então?", perguntou ele. "Vamos ficar aqui sentados na Casa da Matilha esperando?"

"Qual a sua sugestão? Não posso mandar todo mundo pra floresta sem saber o que procurar. Nem nós sabemos o que estamos procurando."

"Bom, e de quem é a culpa?", murmurou ele enquanto caminhava, como de costume, pelo escritório.

"Sua, tecnicamente", respondi secamente. "É tarefa do Beta manter nossas fronteiras seguras."

"Não precisa me lembrar das minhas tarefas. Eu fiz exatamente o que deveria fazer. Quando ficou claro que estávamos lidando com alguma coisa nova, fui atrás de você. Você é quem está se esquecendo dos deveres"

"Para de ficar enrolando e fala o que está pensando", disse a ele impaciente.

"Você está comprometida, Kara. Uma alfa totalmente focada teria conseguido farejar o errante." A mesma ladainha. A insistência dele estava começando a me irritar.

Os Lobos Do Milênio - Livro I - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora