Capítulo 5

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      Quando elas chegaram ao motel, Jessica já estava lá----e John também. Ele levantou-se quando Charlie entrou.

       "Estava preocupado contigo. Pensei que talvez eu pudesse dormir no chão?" Ele esperou nervosamente pela reação dela, como se ele tivesse percebido apenas sobre ela que poderia ter ultrapassado os seus limites.

         Num outro dia, num outro lugar, Charlie talvez tivesse ficado irritado com a sua preocupação excessiva. Mas aqui, em Hurricane, ela estava grata por ter. Devíamos todos ficar junto, pensou ela. É mais seguro. Ela não estava realmente com medo, mas a inquietação ainda se apegava a ela como teias de aranha, e a presença de John era calmante desde que elas chegaram. Ele continuava a olhar para ela, esperando por uma respostam e ela sorriu para ele.

       "Desde que não te importes de partilhar o chão com Jason," disse ela.

       Ele sorriu. "Deixa-me só ter uma almofada e fico bem." Marla jogou-lhe uma, e ele se espreguiçou elaboradamente, colocou-a no chão, e deitou-se.

       Eles todos foram para a cama quase que imediatamente. Charlie estava exausta; agora que a sua ferida foi limpa e enfaixada, a adrenalina da noite saiu do seu corpo toda de uma vez, deixando-a drenada e um pouco trêmula. Ela nem se preocupou em mudar para pijamas; apenas desmoronou na cama ao lado da de Jessica e adormeceu em segundos.



Charlie acordou logo depois do amanhecer, quando o céu ainda estava claro e um pouco rosa. Ela olhou em volta do quarto. Os outros não estariam acordados por horas, suspeitou ela, mas ela estava demasiado despertada para tentar voltar a dormir. Agarrou os seus sapatos e, passando por cima dos corpos adormecidos de Jason e John, saiu para o exterior. O motel estava situado um pouco afastado da estrada, árvores espalhadas densamente ao redor e atrás dele. Charlie sentou-se no lancil para calçar os sapatos, perguntando-se se ela conseguia fazer uma caminhada pelo bosque sem se perder. O ar estava fresco, e ela sentia-se renovada e energética pela breve noite de sono. O seu braço doía, uma dor chata e pulsante que continuava chamando a sua atenção, mas não tinha sangrado através do curativo. Charlie normalmente achava fácil ignorar a dor quando ela sabia que não estava em perigo por aquilo. O bosque era convidativo, e ela decidiu arriscar-se a ficar perdida.

    Estava prestes a se levantar, quando John sentou-se ao lado dela.

     "Bom dia," disse ele. As suas roupas estavam amarrotadas da sua noite no chão do motel, e o seu cabelo uma bagunça. Charlie segurou um riso. "O quê é?" disse ele. Ela abanou a cabeça.

     "Parece-se um pouco com o seu antigo eu hoje," disse ela. Ele olhou para si mesmo e encolheu os ombros.

     "As roupas não fazem o homem. O que fazes levantada tão cedo?"

     "Não sei, não conseguia dormir. E tu?"

     "Alguém pisou em mim."

     Charlie encolheu-se. "Desculpa," disse ela, e ele riu.

      "Estou só a brincar. Eu estava acordado."

       "Eu ia dar um passeio," disse ela, apontando para a linha das árvores. "Por ali, algures. Queres vir?"

        "Ya, definitivamente."

        Eles caminharam em direção ao bosque, e John ficou para trás por um momento e disfarçadamente retocou a blusa, tentando desamassá-la. Charlie fingiu não notar.

(1) Five Nights at Freddy's: Olhos Prateados (PT-PT)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora