Capítulo 9

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      Carlton abriu os olhos, desorientado, a sua cabeça apertada com uma dor enorme e pulsante. Ele estava meio sentado, firmemente apoiado contra uma parede, e ele apercebeu-se que não conseguia mover os braços. O seu corpo estava coberto em pequenos locais aleatórios de dor aguda e formigueiros; ele tentou deslocar-se do desconforto, mas ele estava contido de alguma maneira, e os pequenos movimentos que ele pudesse fazer só faria novos lugares doer. Ele olhou em volta do quarto, tentando se orientar. Parecia uma sala de armazenamento: Haviam caixas ao longo das paredes, e latas de tintas descartadas e outros materiais de limpeza repletos no chão, mas havia mais. Haviam montes de fabrico peludo por todo o lado. Carlton espreitou-os sonolento. Ele sentia-se confuso, como se se ele fechasse os olhos ele pudesse voltar a adormecer, tão facilmente...Não. Ele abanou a cabeça fortemente, tentando limpá-la, e gritou. "Oh não," gemeu ele conforme o latejar da sua cabeça demandou atenção e o seu estômago revirou. Ele apertou o maxilar e fechou os olhos, esperando pelo latejar e a náusea baixarem.

      Eventualmente baixaram, desvanecendo-se de volta a algo quase controlável, e ele abriu os olhos novamente, começando de novo. Desta vez a sua mente tinha clareado um pouco, e ele olhou para baixo para o seu corpo para ver as suas restrições. Oh não.

      Ele estava preso dentro de um pesado fato de mascote, em forma de barril, a metade superior sem cabeça de algum tipo de animal. Os seus braços estavam presos dento da secção do torso, presos ao seu lado numa posição não natural por algum tipo de estrutura. Os braços do fato pendiam lúcidos e vazios nos lados. As suas pernas presas incongruentemente do fundo, parecendo pequenas e finas em contraste. Ele conseguia sentir outras coisas dentro do torso de mascote, peças de metal que pressionavam contra as suas costas e cutucavam-no. Ele conseguia sentir manchas na sua pele, e não conseguia perceber se a coisa que ele sentia a escoar pelas suas costas era suor ou sangue. Algo estava a pressionar os lados do seu pescoço; quando ele virava a cabeça, o que quer que fosse enterrava na sua pele. O pelo do fato era sujo e fosco, uma cor desbotada que talvez tivesse sido antes um azul claro mas era agora apenas uma aproximação azulada do bege. Ele conseguia ver uma cabeça da mesma cor a alguns metros de distância, sentada numa caixa de cartão, e com um piscar de curiosidade ele encarou-a, mas ele não conseguia dizer o que era suposto ser. Parecia como se alguém tivesse dito "faz um animal" e tivesse feito exatamente isso, cuidadoso para não parecer com nenhum tipo específico de animal.

      Ele olhou em volta do lugar, compreensão nascendo. Ele sabia onde estava. Os montes de tecidos tinham rostos. Eram fatos vazios, mascotes do restaurante, deflacionadas, comprimidas, e olhando para ele de olhos vazios, como se quisessem algo.

      Ele olhou em volta, tentando avaliar com calma, embora o seu coração batesse alarmantemente no seu peito. O sítio era pequeno, uma única lâmpada no teto iluminando-o fracamente e piscando levemente, dando ao lugar uma impressão inquietante de movimento. Um pequeno ventilador de mesa de metal, castanho com ferrugem, gentilmente oscilando no canto, mas o ar que soprava era pesado com o velho suor dos fatos deixados para lavar por uma década. Carlton estava muito quente; o ar parecia muito espesso. Ele tentou levantar, mas sem os seus braços ele não se conseguia apoiar, e conforme ele se moveu sentiu outra violenta onda de náusea, uma súbita e raivosa onda de dor na sua cabeça.

      "Eu não faria isso," murmurou uma voz rouca. Carlton olhou em volta, vendo ninguém, depois a porta abriu. Moveu-se lentamente, e algures sob o seu terror Carlton sentiu uma pontada de impaciência. 

      "Quem é? Deixa-me sair daqui!" disse ele num pânico desespero.

      A porta guinchava como um animal ferido ao abrir-se, quase por sua própria vontade, a moldura vazia. Depois de um momento de pausa, um coelho amarelo enfiou a cabeça na esquina, as suas orelhas inclinadas num ângulo alegre. Ficou parado por um momento, quase pousando, depois entrou com um andar saltitante, gracioso, com nenhum dos movimentos rígidos e mecanicistas do animal animatrónico. Fez um pequeno passo de dança, rodou, e fez uma reverência profunda. Depois endireitou-se e tirou a própria cabeça, revelando o homem dentro do fato.

(1) Five Nights at Freddy's: Olhos Prateados (PT-PT)Where stories live. Discover now