Capítulo 7

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      Eles fizeram o caminho de volta pelos corredores do centro comercial abandonado, sem se preocuparem em serem cautelosos com os seus passos ou as luzes das suas lanternas.

      "Lá se foi o ser sorrateiro," disse Charlie sombriamente, mas ninguém respondeu. Por consenso silencioso, o ritmo deles acelerou de forma constante; quando chegaram ao estacionamento estavam quase correndo. Localizando o seu carro conforme eles saiam da porta principal, Charlie sentiu um alívio quase físico de o ver, como se fosse um velho amigo.

      "Alguém deveria ficar aqui," disse ela, pausando com a mão na maçaneta da porta. "Não podemos deixar Carlton."

      "Não," disse Marla firmemente. "Nós vamos embora agora." Eles encararam ela surpresos por um momento---de repente, ela estava falando com eles do mesmo jeito que falava com Jason: A irmã é que sabe. Lamar e Jason trocaram olhares, mas ninguém disse nada. "Vamos para a cidade. Todos nós," adicionou ela, dando a Charlie um olhar de aviso, "e vamos encontrar ajuda."

      Eles apressaram-se para os seus carros. Enquanto Charlie pegava no volante, John foi para o assento do passageiro, e ela sorriu fortemente para ele. Jessica subiu para a parte detrás um momento depois, e Charlie sentiu um pequeno desapontamento; ela queria falar com ele a sós. Estamos pedindo por ajuda, não num encontro, repreendeu-se a sim mesma, mas não era bem esse o ponto. Ele sentiu-se seguro, um toque no meio das estranhas coisas que têm acontecido ao redor deles. Ela olhou para ele, mas ele estava encarando para fora da janela. Eles saíram do estacionamento, seguindo o carro de Marla conforme acelerava para a escuridão.



Quando chegaram à cidade, Marla puxou o carro para o lado da estrada principal e parou, e Charlie seguiu o exemplo. Antes que o carro ficasse completamente parado, Jessica saltou do banco traseiro e começou a correr. Marla seguiu um passo atrás. Eles pararam à frente do cinema, e só depois é que Charlie viu que havia um polícia de uniforme atrás da tenda, encostado ao seu carro preto e branco. Os seus olhos arregalaram-se à vista de jovens mulheres correndo na sua direção, e ele deu um passo involuntário para trás conforme Marla começou a falar sem pausar para respirar. 

      "...Por favor, você tem que vir," Marla estava a acabar quando os outros apanharam.

      O polícia parecia um pouco desorientado. Ele tinha um rosto rosa brilhante, e o seu cabelo era tão curto que estava completamente coberto pelo chapéu. Ele era novo, talvez por volta dos vinte e poucos anos, apercebeu-se Charlie, e ele estava a olhar para eles cepticamente. 

      "Trata-se de uma emergência real?" disse ele. "Vocês podem não se aperceber disso, mas partidas podem meter-vos em grandes sarilhos."

      Jessica revirou os olhos e aproximou-se, fechando a distância entre eles.

      "Não estamos a brincar," disse ela secamente, e Charlie lembrou-se subitamente do quão alta ela era. "O nosso amigo está preso naquele centro comercial abandonado, e é o teu trabalho ajudar-nos."

      "O centro comercial?" Ele pareceu confuso, depois olhou na direção que eles vieram. "DAQUELE centro comercial?" Os seus olhos arregalaram-se, depois ele franziu a testa a eles repreensivamente, parecendo extremamente um pai desapontado apesar da sua juventude. "O que é que vocês estavam a fazer ali no primeiro lugar?"

      Charlie e Marla trocaram olhares, mas Jessica não piscou.

      "Lida connosco mais tarde. Ele está em perigo, e você tem que nos ajudar, Agente---" Ela inclinou-se e espreitou para a sua etiqueta com o nome. "Agente Dunn. Você quer que eu vá ao departamento dos bombeiros?"

(1) Five Nights at Freddy's: Olhos Prateados (PT-PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora