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Acomodados e encolhidos naquela estreita cama de solteiro, Bruno estava esticado e praticamente colado com a parede gelada em que o móvel estava encostado, enquanto Alice deitava sobre seu corpo, encaixando perfeitamente as pernas torneadas do atleta nas dela. Estavam sob um fino lençol branco, quase que translúcido de tão fino. Bruno desfrutava da paz e silêncio da noite para apreciar cada mísero detalhe da companhia da morena estirada em seu peito. Ele esticou a mão direita, e ela a esquerda. Entrelaçaram os dedos e riram fraco, finalmente exaustos de tanto transarem naquela noite que, graças a Deus, parecia não ter fim. Observando aquela cena, com os dois corações acelerados, batendo, ou melhor, dançando, no ritmo do recente amor deles.

— Não fica me encarando, eu devo estar toda descabelada, feia, sei lá. — virou o rosto sorrindo, em uma tentativa falha de escapar dos olhos castanhos do homem ao lado.

— Parou, hein! Se falar isso de novo vou ter que te bater. — Bruno virou o rosto e mordiscou a curva do pescoço de Alice, arrancando uma risada alta dela ao dar um tapa em sua coxa desnuda.

Uma paz inexplicável reinava no cômodo, era como se eles nunca tivessem discutido, e como se eles se conhecessem há séculos, nutrindo uma química e conexão exclusiva de almas gêmeas vindas de vidas passadas.

Bruno e Alice sentiam o amor florescer dentro de si mesmos, e não havia necessidade de isso ser dito, bastava observar o jeito em que eles estavam se encarando naquele exato momento, de mãos dadas e suando em conjunto. Até isso era em sintonia.

— Queria que esse momento durasse pra sempre. — ele depositou um beijo na testa da mais baixa, soltando sua mão para poder ajeitar os fios de cabelo bagunçados e grudados na pele macia.

Alice concorda em tom de sussurro, ajeitando a cabeça no peito desnudo de Bruno, beijando e passando levemente as unhas sobre a pele dele. O levantador acaricia o cabelo dela, fazendo cafuné. Ela, prestes a cochilar, desperta ao sentir o coração do Rezende acelerar quando ele inicia sua fala:

— E quando voltarmos pro Brasil? — suspirou, beirando um assunto que depende exclusivamente do futuro. Estava ansioso demais para pensar sobre isso sozinho.

— O que? — ela respondeu ainda perdida, sonolenta, levantando lentamente a cabeça para olha-lo nos olhos.

— Acha que vamos continuar assim quando estivermos em casa? — se referiu ao país como casa. Ele direcionou o olhar para ela, esperando uma resposta que o agrade.

— Espero que sim... Está bom demais pra ser apenas um amor de verão, não acha? — brincou se referindo ao verão deste lado do mundo, no Japão. Ela se desvencilha do corpo dele, e em um movimento rápido, Alice se senta no colo de Bruno, jogando os braços por seus ombros e arranhando o pescoço dele.

O capitão sorri e morde o lábio inferior, analisando minuciosamente cada parte nua do corpo da fotógrafa, passando as mãos pelos seios fartos dela, deslizando calmamente até a cintura, e parando apenas quando elas chegam ao destino: as coxas da moça.

— Agora você falou o que eu queria ouvir. — Roubou um beijo dela, sendo interrompido quando o notebook emitiu um som, na mesa ao lado da cama. Desviou o olhar assustado com o barulho repentino.

— É só uma notificação do computador, tava configurando minha câmera. — levantou nua da cama, retirou a câmera fotográfica do cabo USB e pulou de volta para o colchão confortável. Se embrulhando nos braços de Bruno.

— Me dá isso aqui. — ele retirou a máquina das mãos dela, começando a fuçar em todos os botões, procurando onde estavam as fotos armazenadas.

— BRUNO!! — aumentou o tom de voz — Eu trabalho com isso, não mexe!! — iniciaram uma mini-briga corpo a corpo, onde Alice tentava recuperar a câmera, e Bruno distanciava a mesma dela.

Cruel Summer » {Bruno Rezende}Donde viven las historias. Descúbrelo ahora