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Na data de 5 de Agosto, o dia amanheceu com novos ares na Vila Olímpica, mais especificamente no prédio do Time Brasil. Era dia de jogo entre Brasil e Rússia, desta vez valendo um lugar na tão desejada final. Os atletas, e a equipe também, acordaram tensos. O medo tomava conta do ambiente todo. Tinham péssimas lembranças do último jogo contra a Rússia, o tal "fiasco", como Renan gostava de chamar. As únicas pessoas que acordaram esperançosas, sorridentes e com um humor favorável, eram especificamente Bruno e Alice. Ambos tinham fé convicta de que o Brasil ganharia a semifinal, e chegaria até a final. Por fim, levando o ouro novamente no vôlei masculino. Este era o plano do Capitão Bruno Mossa de Rezende.

No horário do almoço, especificamente ao meio-dia, todos já estavam presentes no local onde ocorreria o perigoso jogo. Desta vez, Alice não estava vestindo seu uniforme de trabalho, mas sim a camisa da seleção brasileira, autografada por todos os jogadores, que ela havia sido presenteada por Bruno como presente de boas vindas à equipe, lá em Saquarema. Como ela poderia esquecer do seu primeiro dia de trabalho com a seleção? Ela nem imaginava as coisas que viriam a acontecer.

Os olhos castanhos de Bruno brilharam quando ele inspecionou, de cima a baixo, a moça baixinha parada na sua frente, toda sorridente exibindo sua roupa do dia. Vestindo, pela primeira vez, aquela camisa que ele havia dado. Seu coração acelerou, ficando totalmente à mercê da morena. Qualquer coisa que ela pedisse, ele faria sem pestanejar.

Estava, de fato, perdidamente apaixonado por Alice.

— Finalmente inaugurou o presente. — ele sorriu e a puxou pela cintura, aproveitando que não haviam muitas pessoas ao redor, naquele cantinho escondido onde estavam.

— O melhor presente que já ganhei. — ela sorriu, pousando as mãos no peito dele, enquanto o mais alto entrelaçava as próprias mãos por trás da cintura dela, a mantendo presa ao corpo dele. Vivia com o constante pensamento de que Alice escaparia entre seus dedos, como areia. De repente e rápido. Quase que de maneira imperceptível.

Ficaram ali por breves segundos se encarando, olho no olho, em um absoluto silêncio. Palavras não eram necessárias naquele instante, ambos podiam escutar as batidas do coração um do outro. Aquelas batidas haviam se tornado, a música, o som favorito de Bruno, ele poderia ouvir o som repetidamente pelo resto da vida dele. Estava amando ouvir o som da dança de dois corações perdidamente apaixonados.

E o melhor de tudo: os dois estavam se permitindo viver aquele momento mágico e repentino. Principalmente Alice, aquela que sempre disse pra si mesma que não desviaria de seu foco principal, a tal liberdade. Tinha, até então, toda uma vida planejada.

Faltando pouco tempo para que o jogo contra a grande Rússia se iniciasse, Bruno e Alice trataram de se despedir. Os dois estavam confiantes, e se sentindo tranquilos quanto ao grande desafio de hoje. Digamos que... Estavam em paz com o coração e a ansiedade.

O loiro alto beijou lentamente os lábios da morena, depositando um selinho no topo da cabeça dela por último. Finalizando, ele sussurrou, para que apenas ela ouvisse perfeitamente:

Vou ganhar por você. — ela o encarou com os olhos brilhando, quase deixando uma pequena lágrima teimosa escorrer por sua face enquanto ouvia aquelas palavras saírem da boca do mais alto.

Já com o jogo rolando em quadra, Alice tentou ao máximo se concentrar em sua função de fotografar enquanto rezava e mandava energias positivas para Bruno. Mas, as coisas pareciam querer sair do controle cada vez mais rápido e em maior intensidade. De um momento para o outro, se viu gritando e surtando com os acontecimentos, até que o fatídico 20x12 aconteceu, e a Rússia passou do Brasil. Desesperada, a Vieira começou a chorar, quase que desmaiando de medo e preocupação. Sentia seus nervos à flor da pele. Quando acabou o jogo, e seu cérebro finalmente processou o fato de que o Brasil não disputaria mais o ouro, seu coração doía. Ela sentia a dor de Bruno, era como se dividissem o mesmo coração. Uma preocupação imensurável lhe ocupou de corpo e alma, não conseguia parar de pensar em como Bruno reagiria à essa derrota, e à luta que viria pelo bronze.

Cruel Summer » {Bruno Rezende}Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang