Capítulo 10

133 26 0
                                    

CHLOE

Quinta feira, 07:01 a.m

     Passamos de frente da casa da Karol, não quis falar com ela. Jake estava no banco do motorista me enchendo de perguntas.
     - Chloe! O que está acontecendo?
     - Jake, preta atenção. Lembra da série de crimes que aconteceu aqui. Nessa cidade?
     - Sim.
     - Eu estava pesquisando sobre isso. E descobri uma coisa estranha.
     - O quê?
     - Em toda cena de crime. Era achado uma boneca deformada. Ou pelo menos, as vítimas relatavam o ocorrido achando ser uma espécie de ameaça.
      - Está dizendo que todos os casos estão ligados?
      - Exato.
      - Mas o que você estava fazendo na delegacia uma hora daquelas?
      - Estava guardando o mapa que foi encontrando na casa do Gabriel.
      - O mapa? Chloe, o que você tá tramando?
      - Olha isso.
Pego meu celular e mostro a foto que tirei do mapa antes de ser atacada. Jake dá uma olhada rápida.
      - Então? O que vamos fazer?
      - Quero ir nos pontos marcados no mapa.
      - E onde é?
      - No bosque.

     Depois de alguns minutos dirigindo. Jake e eu chegamos no bosque. Olho o celular de novo. O círculo estava marcado perto de algo que parece ser um Rio. Não tem rios aqui. Olhei confusa para a tela do meu celular. Não fazia sentido. Não sabia o certo onde ir. Pensava que estava perto de descobrir algo, mas eu estava errada. Então eu ouvi um barulho vindo de dentro do bosque. Jake entrou no carro e tirou uma arma de emergência.
     Olhamos para todos os lados. Minha visão ainda se acostumava com a luz. Um pequeno coelho sai de um dos arbustos perto de mim. Ainda bem.
      Volto para o carro e mando Jake entrar também. Foi tudo em vão. Não fui a lugar nenhum. Será que a foto não está legível o suficiente? Assim que Jake liga o carro, eu pego o celular e olho para a foto de novo. Então me dou conta de algo. Será que o mapa está escondendo algo? Algo que eu não percebi?
     Encaro a foto de novo.
     - Jake. Para o carro.
     - Por que?
     - Eu sei onde temos que ir.
Jake para o carro e eu desço logo em seguida. Corro para dentro o bosque e Jake corre atrás de mim.
O mapa esse tempo todo tinha um segredo. Talvez seja paranoia minha. Mas no mapa, o bosque tem apenas árvores com folhas redondas, mas tinha algumas com folhas pontudas. Elas pareciam fazer um caminho. Um caminho diferente do círculo. Duas árvores para a direita, uma para a esquerda, três para frente, uma para a direita. É aqui.
      Olho ao redor. Pego meu celular é vejo a imagem de novo. Jake parece atrás de mim.
      - Chloe.
Grita ele.
      - Você tá louca.
      - Me ajude a procurar algo.
      - Procurar o quê? Nem sei o que eu estou fazendo aqui.
      - Se não vai ajudar, Cala a merda da boca.
Olhando o local, percebo que não tem nada de errado. Nada estranho. Eu estava errada? Será que as árvores pontudas não era nada importante?
Jake Me observa de longe. Caminho um pouco e tropeço. Acabo soltando um grito.
     Acabo caindo em algum buraco. Bati a cabeça com muita força. Está tudo girando. Jake aparece tentando me ajudar. Eu não tropecei. Parece que pisei em alguns galhos que tentavam "esconder" o buraco. Meu celular caiu com a tela virada para o chão. Pego rapidamente e ilumino e vejo onde estou. Foi então que aquele rosto apareceu na minha frente. Soltei outro grito. Jake desceu no buraco para ver o que eu tinha visto.
      Ele encarou aquilo e logo depois me tirou do buraco e saiu logo em seguida. Quando me levantei. Acabei vomitando. Era um corpo. Um corpo de uma criança.

BRIAN

Quinta feira, 07:55 a.m

     Minha mãe é uma detetive. Pelo menos, ERA. Ela investigava casos fechados e difíceis. Eu amava o trabalho dela. Então naquele dia, ela recebeu uma ligação. Seu próximo trabalho era investigar um caso de assassinato. Durante sua investigação, ela prendeu o culpado. Eu não sei o nome dele, mas na época eu apelidei ele "O homem da navalha". O motivo desse nome, foi porque a vítima foi encontrada com a garganta cortada com uma navalha.
     Mas então, minha mãe sofreu um acidente. Foi internada. Eu fiquei do lado dela o tempo todo. Então ela me disse que o que ela sofreu, não foi um acidente. Foi ele. O homem da navalha.
     - Como assim mãe? Ele tá preso.
     - Não mais. - Disse ela. - Ele foi solto ano passado.
     - Mas como a senhora sabe que foi Ele?
     - Eu vi ele. Ele estava com um grupo de pessoas. Parecendo uma gangue.
     - Eles fizeram isso com a senhora?
Minha mãe tinha sofrido um acidente de trânsito. Ou pelo menos eu achava. Mas então ela faleceu. E eu fiquei com essa informação. O homem da navalha está solto, e ele matou minha mãe. Os amigos de trabalho dela, me falaram que ele estava em Greenbow. Então estou aqui.
     Quando cheguei, tive que trabalhar como passeador de cães. Mas parece que me envolvi em algo mais além do que O homem da navalha. Batizei de "O caso Caveira". Nome tosco? Sim.
     Cheguei na cidade apenas conhecendo o fazendeiro Gabriel. Que está morto. Morto pelas pessoas de caveira. Eu me lembro do dia que ele diz ter achado algo que me ajudaria a desvendar o caso caveira. No começo não me interessei. Mas ele insistiu. Disse que sua filha desapareceu a dois anos. E nada dela ser encontrada. Mas ele disse ter certeza que foram "eles".
E aqui estou eu.
     Mas agora, os policiais estão com o mapa na mão. Preciso recuperar ele. Não importa como.

AS BONECAS Where stories live. Discover now