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1 semana depois.

Essa semana foi totalmente agitada, apesar de trabalhar de casa resolvendo algumas coisas da empresa não parei um minuto se quer respondendo e-mails, repassando reuniões e conferindo propostas. Acontecia que algumas coisas da empresa as vezes passavam por mim de uma forma superficial, somente para checar e essa semana recebi um caminhão de coisas. Diego disse que pra ele também não foi diferente, ele e Gabriel soaram essa semana e não aguentavam mais ver números e contratos na sua frente.

Eles dois hoje iriam sair depois do expediente, ir em algum bar ou quiosque e eu, no auge do meu cansaço decidi ficar em casa apenas relaxando enquanto Ben tirava seu soninho da tarde. Essa semana também ele estava bem enjoada, tendo cólicas quase todas as madrugadas e um choro incessante. Sua pediatra disse para mim fazer massagem quando isso acontecesse e está melhorando muito.

Sai do banho com uma toalha enrolada no corpo, com a outra enxugava meu cabelo e procurei no armário uma roupa bem confortável e logo vesti meu pijama. Enquanto penteava meus cabelos que estavam batendo um pouco a baixo da bunda eu só conseguia pensar na Faculdade.

Desde o dia que eu recebi a carta eu penso nisso, mas essa semana foi algo que me incomodou bastante a ponto de eu ficar acordada algumas madrugadas. Minha ansiedade estava a milhão, enquanto todos dormiam tranquilamente durante a noite eu estava assistindo algo na televisão, lendo algum livro ou comendo algo como uma tentativa, obviamente falha, de tentar esquecer um pouquinho.

Suspirei fundo me encarando no espelho por uns segundos antes de guardar a escova na gaveta.

— Eu passaria a tesoura nesse cabelo sem nem pensar duas vezes..— pensei alto ainda analisando o mesmo.

Deitei ao lado de Ben, que estava dormindo em volta de vários travesseiros bem tranquilamente e por um momento desejei ser um bebê novamente. Sem preocupações, sem boletos e contas para pagar e sem nenhum estresse.

Somente mamar e dormir. Tem coisa melhor? Acredito que não.

Naveguei um pouco mas redes sociais, já que estava com o tempo livre não era má ideia ver a vida alheia e ficar por dentro das fofocas que rolavam. No relógio marcavam sete e trinta e seis da noite, a fome estava batendo e a preguiça de cozinhar era enorme então decidi pedir algo para comer.

Optei por um lanche bem arregado, com direito a tudo e de bebida um milkshake de chocolate que provavelmente me causaria arrependimento depois. Após confirmar o pagamento, levava cerca de quarenta minutos para a entrega do mesmo e nesse meio tempo Benjamin acordou.

Meu garotão esse mês completava seis meses, diferente dos outros meses esse eu não iria fazer nada. Estávamos começando a nos preparar para seu um ano, estava vendo espaços para eventos e um possível tema.

Pra falar a verdade todos os temas que eh cogitei foram de ralo, Alex tinha virado um consultor de festas e me intitulou como "brega". Mas tudo bem, eu deixava ele se iludir e achar que ir fantasiado de dinossauro numa festa de criança seria uma ideia genial invés de assustadora.

E com certeza não iria rolar. Jamais. Nunca.

Após Ben terminar numa mamadeira cheia, o interfone tocou e era o porteiro dizendo que o entregador estava lá em baixo. Peguei as chaves, o cartão e desci junto com Benjamin pegar meu lanche.

— Boa noite, Seu Jorge. Obrigada por me interfonar! — sorri.

— Nada, Manu. Ei garotão! — brincou com a mãozinha do Ben que logo abriu a banguela.

Sai do prédio indo em direção ao portão principal, onde estava o entregador a minha espera. Enquanto ele pegava o meu lanche e conferia se era o certo do outro da rua, na orla, havia uma pessoa com um short curto de pano, um topper estilo de academia e um casaco fino por cima da cor preta. Algumas luzes de uns poste a sua volta estavam queimadas, o que fazia sombra no seu rosto e por conta do boné preto que usava dificultava bastante também.

NÓS 2 | UM NOVO ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora