Capítulo 3 - Diablo Pub

564 54 27
                                    

Entrei em meu apartamento ainda com a voz dela em minha mente. Taylor tem uma voz marcante, e o timbre meio rouco em alguns momentos. É uma voz gostosa de ouvir. Vou querer que ela cante mais vezes. Fechei a porta e fui até a cozinha atrás de banana. Sim, é minha fruta favorita. Sou louca por bananas. Depois de devorar duas, segui para o quarto e encarei o pequeno closet.

Certo, o que vestir em uma ocasião como esta? Show de rock em um barzinho?

Ok preciso pensar. Na verdade nem sei se eu tinha roupa para isso. Passei um tempo para escolher e depois acabei indo para a sala e me deitando no sofá. Será que Dinah vai demorar a chegar? Já estou sentindo falta dela.

Olhei de relance e...

— Ah não, você de novo... — falei de forma impaciente e tapando o rosto com uma almofada, soltando um gritinho e tirando em seguida.

Ela revirou os olhos e permaneceu de braços cruzados. Manteve um olhar ameaçador.

— Fala sério, eu botei trincos na porta. Não é possível! — Me sentei no sofá.

— Bem, eu não sei o que tá acontecendo. Mas obviamente eu não consigo tocar nas coisas. E perdi a memória. A única coisa que sei, é que eu morava aqui.

— Talvez você esteja morta. Já pensou nesta possibilidade?

— O que? Como se atreve? — falou caminhando em minha direção furiosamente. Encolhi-me no sofá, mas depois me lembrei de que ela não pode me tocar. — Eu não estou morta! — rebateu.

— Ninguém mais além de mim consegue te enxergar ou te ouvir, e você não consegue tocar em nada. Pra mim é o mais óbvio, me desculpa se te chateei!

Sentei-me no sofá novamente e ela se aproximou. Esticou o braço e passou a mão no meu rosto, que atravessou de um lado para o outro.

— Hey, para com isso!

Levantei-me abruptamente do sofá. Que sensação mais estranha.

— Fique longe de mim! Não é possível...

Comecei a ficar nervosa e fiquei andando de um lado para o outro.

— Estou ficando louca. Los fantasmas no existen! Tendré que llamar a un exorcista, Dios mío...

Andei rapidamente até a cozinha e comecei a comer bananas uma a uma compulsivamente. Não importa o humor, eu comia bananas o tempo todo, mas quando eu ficava nervosa, eu comia muito mais além do que o normal, porque comer bananas me acalmava...

— Eu não sou um fantasma! — reclamou vindo atrás de mim.

Joguei nela uma casca de banana, que atravessou o seu corpo de imediato.

— A não? Y por qué estás aquí, assombração?

— Só o que posso te dizer é que não estou morta. Eu sinto... Sinto que estou viva!

— Ah, bela explicação, Samara! — falei sarcasticamente.

— Me chamou do que? — eita, acho que a deixei brava.

— Samara — falei alto e em bom tom —, del pozo. — debochei.

Ela estava ficando mais brava.

— Pensando bien, realmente pareces un espíritu de assombração. — falei seriamente pousando a mão no queixo. — É toda pálida, parece que nunca tomou sol na vida, seu cabelo, ahn, o cabelo não importa, e você tem um olhar fulminante... Parece que quer me matar e...

Cada vez que eu falava ela ia se aproximando e a única reação que eu tive foi correr para fora da cozinha. É Camila, sujou!

— Esqueci que lá no poço não pega sol, Samara!

Assunto Inacabado (Camren)Where stories live. Discover now