Capítulo 41

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𝓐𝓷𝓭𝓻𝓮𝔀 𝓗𝓾𝓯𝓯𝓶𝓪𝓷


Desde aquela noite horrível minha loira está estranha. Ela finge que está bem com esses sorrisos, mas eu sei que não está. Já escutei ela chorando no banheiro, mas decidi deixar ela vir até mim conversar.

Mas agora, quando estava passando pomada no meu machucado seus olhos ficaram vermelhos, suas mãozinhas tremendo e ficou agitada antes de correr e se trancar no banheiro. Estou preocupado, odeio vê-la desse jeito e sei que não é somente pelos meus machucados.

Deito com ela na cama e fico fazendo cafuné na mesma e Yasmin se acalma.

- Melhorou? - funga.

-Yasmin: Uhum - suspira - Estou com fome - rio.

- Vou pedir alguma coisa - pego o celular - O que quer?

-Yasmin: Pede um prato pronto - pede manhosa - Com bas - a corto.

- Bastante batata frita - escuto usa risada.

-Yasmin: Isso, intrometido - ergue o rosto e aproveito para beijar seus lábios. Ela solta um gemido.

- Ou prefere comer uma coisa mais gostosa - aperto sua bunda e ela cora.

-Yasmin: Andrew - sorri e bate no meu braço.

- O quê? - beijo seu pescoço.

-Yasmin: Para safadinho, você ainda está mal - me empurra de volta para a cama - Pede nossa comida aí, estou com fome - deita no meu peitoral e coloca a mão no meu abdômen antes de soltar um suspiro.

Pego meu celular e faço nossos pedidos, enquanto isso ficamos em silêncio, mas Yasmin o quebra.

𝓨𝓪𝓼𝓶𝓲𝓷 𝓑𝓪𝓴𝓮𝓻

- Minha mãe e meu pai se separam por um tempo quando eu tinha 7 anos - começo a falar quando me sinto bem.

-Andrew: Tudo bem se não quiser falar sobre isso - balanço a cabeça.

- Eu quero - acaricia meu braço - Nesse meio tempo ela conhecei o Hunk - estremeço ao falar seu nome - Ela o trouxe para casa depois de alguns meses, ele era um cara bacana no começo, respeitável - suspiro - Mas depois de um tempo mudou da água para o vinho - sinto um nó na garganta e respiro fundo pra continuar - Ele começou a ficar cada vez mais estressado, bebia às vezes e então ele - engulo seco - Ele começou a bater na nossa mãe.

-Andrew: Céus - sinto meus olhos lacrimejarem.

- Sim - grudo mais nele - Nunca vou esquecer do tapa que ele deu no seu rosto, foi a primeira vez que eu vi ele batendo nela - fungo - Chloe estava na escola naquele dia e eu vi ele batendo nela, comecei a pedir para ele parar, minha mãe mandava eu sair dali, mas não sai - uma lágrima escorre e eu limpo - Não me lembro porque brigaram, mas ultimamente eles só brigavam - Andrew aperta minha mão em conforto - Ele veio bater em mim quando continuei gritando e agarrando sua perna - paro de falar um pouco - Mas minha mãe entrou na frente e o mandou para fora, ele foi, mas voltou - suspiro - Ele sempre voltava.

Escondo o rosto no pescoço do Andrew e ele me aperta mais contra ele.

- Contei para Chloe, ela ficou furiosa, tinha 14 anos na época. Quando ele voltou, ela foi confrontar ele e daí tudo piorou - estremeço - Me arrependi muito de ter contado, ele bateu nela e na mamãe que foi tentar parar aquilo, eu fiquei quieta no quarto chorando - soluço - Meses se passaram e ela não largava dele e nos falava para não contar para o nosso pai, eu e Chloe obedecemos, queria não ter deixado chegar tão longe - minhas mãos tremem e Andrew as aperta - Eu e Chloe chegamos da escola e assim que estávamos na porta já escutamos a gritaria - fungo - Corremos para dentro, vimos ele dar vários socos na sua barriga, Chloe correu até lá para tentar empurrar ele e eu fiquei gritando para parar - choro - Minha mãe me olhou e ele deu mais um soco nela, foi aí que ela caiu. Hunk parou, olhou e sentou ao seu lado com a cabeça entre as mãos - choro e fico alguns segundos em silêncio.

-Andrew: Tudo bem se quiser parar, meu amor - nego.

- Vou terminar - falo - Entramos em desespero e corremos até nossa mãe, ela estava desacordada, cheia de hematomas - soluço - Chloe ligou para a ambulância, depois xingou Hunk, que não falava nada e eu só fiquei ali olhando minha mãe, seu abdômen estava horrível, pior que o seu agora - estremeço - Seu rosto também - soluço alto - Fiquei em choque, não ouvi nada nem via mais nada a não ser minha mãe - fungo - Chloe me abraçou e depois a ambulância chegou, não lembro muito bem depois disso, só sei que eles colocaram minha mãe na maca e fomos junto na ambulância, quando olhei pela janelinha da ambulância vi o filha da puta preso entrando no carro da polícia. Lembro do meu pai chegando, nos pegando no colo e depois acho que eu apaguei, não lembro de mais nada.

-Andrew: Meu Deus - fala.

- Meses depois já estávamos bem, mamãe se recuperou e papai voltou para casa, aos poucos eles voltaram a ficar juntos e quando estava mais velha mamãe me contou que mataram o cretino na cadeia e eu fiquei feliz por isso, porque sei que ele seria solto uma hora ou outra - engulo seco - Por isso fiquei desse jeito, aquele dia eu me senti no passado, eu gritava, mas não adiantava nada e ver você apanhando foi horrível e olhar seu abdômen assim lembra da minha mãe - choro baixinho e escuto Andrew soltar um soluço.

-Andrew: Meu Deus, Yasmin - olho-o e vendo seus olhos vermelhos.

- Não chora, Andrew - peço.

-Andrew: Como não? - acaricio seu e sorrio.

- Não quero você triste, Andrew - soluço - Só... - suspiro - Queria contar, porque confio em você para isso - me abraça apertado.

-Andrew: Sinto muito, loirinha, sinto muito - volto a chorar - Mataria esse idiota se ele já não estivesse morto.

- Andrew - solto um riso nasal.

-Andrew: Foi mal - ri.

- Desculpa se agi estranho nesses últimos dias - sorri de lado e limpa meu rosto.

-Andrew: Tudo bem, só não esconda as coisas de mim, percebi que você está estranha na mesma hora e escutei você no banheiro chorando - desvio o olhar - Mas deixei você vir falar comigo.

- Desculpa - peço novamente - Não queria que você ficasse sobrecarregado com isso, você já está mal.

-Andrew: Não quero que me esconda nada - assinto - Nunca, viu?

- Não vou esconder - dou um selinho nele - Ah Andrew - olho em seus olhos - Eu amo você - falo sem pensar e arregalou os olhos quando percebo. Andrew abre um sorriso enorme e me escondo no seu pescoço.

-Andrew: Não sabe como esperei por isso - ri - Eu amo você, Yasmin - sorrio no seu pescoço.

~CONTINUA~
❤️❤️❤️

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O Intrometido do 206Where stories live. Discover now