Sr. Black

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ALEC

Foi difícil não responder a Magnus quando ele perguntou por que estava aqui.

Eu poderia ter respondido com uma ou duas palavras. Não teria machucado nada e talvez tivesse colocado sua mente à vontade, mas eu não estava aqui para acalmá-lo. Eu estava aqui para usá-lo. É isso.

Ele era uma ferramenta, um objeto, uma coisa. A coisa para me dar o que eu queria – um pagamento gigante de Valentim e uma passagem só de ida para fora desta cidade.

Imasu entregou o pacote ao pai de Magnus no início do dia. As instruções eram simples: se ele queria ver o filho novamente, teria que ligar para o número que fornecemos.

Esperamos o dia todo e nada.

— Tem certeza que ele recebeu o pacote? – Perguntei a Imasu, os braços cruzados sobre o peito para não dar um tapa nele.

Imasu mudou seu peso de um lado para o outro, alternando entre olhar para mim e olhar para o telefone sobre a mesa.

— Tenho certeza! A governanta o pegou na varanda. E eu o vi lá tomando café da manhã. Ela deve ter dado a ele.

Horas depois, quando eu estava prestes a mandar Imasu de volta com outra carta, o telefone tocou. Asmodeus Bane estava com o envelope há mais de oito horas. Eu não sabia o que diabos ele estava fazendo esse tempo todo.

Hodge estava monitorando a casa, então sabíamos que ele não tinha chamado a polícia. No final, eu realmente não me importava agora que ele finalmente estava ligando.

— O que você quer? – Asmodeus exigiu.

Usando um trocador de voz, Jace atendeu em inglês.

— A chave mestra do cofre do banco.

— Nunca. – Ele nem mesmo hesitou.

Ele não tinha percebido a parte do bilhete em que dissemos que tínhamos o filho dele? Ele não poderia ter deixado escapar essa parte. Estava antes da porra do número de telefone.

— Não temos interesse no seu dinheiro. – continuou Jace pacientemente. – Apenas na chave.

— Você sabe quem eu sou? – Sua indignação reverberou pelo telefone.

— Sim, Sr. Bane. Conhecemos você bem e à sua família, como já devia saber.

Ele encobriu a resposta.

— Então você deve saber com quem está fodendo.

Jace fez uma careta e apontou para o telefone, como se eu não estivesse prestando atenção a cada palavra que saía do alto-falante. E eu pensei que os pais russos fossem idiotas.

— É uma troca simples, Sr. Bane. – Jace murmurou, deixando transparecer sua exasperação. – Temos um acordo ou não?

— Só para esclarecer, você quer que eu troque a chave pelo meu filho?

— Sim.

Clique.

Nós dois olhamos para o telefone, pairando sobre ele em descrença.

Ele estava na mesa entre nós, zombando da gente com seu silêncio.

— Ele desligou, porra?! – Peguei o telefone e olhei para a tela. Com certeza, o pai de Magnus tinha desligado.

— Talvez tenha sido um acidente? – Jace encolheu os ombros. – Ele vai ligar de volta.

Ele não fez isso.

Esperamos horas. Não houve retorno de chamada.

— Bem, e agora? – Jace perguntou, passando a mão pelo cabelo loiro, o penteando com os dedos para o lado.

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora