Mentira.

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ALEC

No minuto em que entrei na frente da casa, sabia que algo estava errado. A porta lateral estava aberta, para começar, e todas as luzes do primeiro andar estavam acesas.

Parando o carro no estacionamento, mas mantendo-o funcionando, eu saí do banco do motorista e fui em direção à casa.

A sensação perturbadora se aprofundou quanto mais perto eu chegava. Não apenas a porta lateral estava aberta, a porta do porão também estava aberta.

Eu não me preocupei mais com discrição, descendo as escadas o mais rápido que pude, orando o caminho todo.

Assim que virei a esquina e vi o porão vazio, xinguei alto.

Ele se foi.

Magnus tinha ido embora!

Dei uma olhada nos alicates e vi vermelho.

Voando de volta escada acima, eu abri a porta da cozinha.

— Imasu! Onde diabos você está?!

Ele não respondeu.

Correndo da cozinha para a sala de estar, eu o encontrei esparramado no corredor do banheiro, de bruços. O sangue vazava da parte de trás de sua cabeça. De onde eu estava, podia ver a porta da frente, que não mostrava nenhum sinal de dano.

Eu plantei minha bota contra seu quadril e o empurrei. Ele não caiu como um homem morto, então eu o chutei no estômago. Com força.

Acordando com um sobressalto de agonia, Imasu agarrou seu estômago com as duas mãos, olhando para mim com olhos esbugalhados.

— O que diabos aconteceu? — Eu rosnei.

— Eu não sei! — ele gemeu, rolando para o lado novamente.

— Onde está o Magnus?

— O quê?

— Magnus! Ele se foi! O que diabos aconteceu?! — Em vez de responder, Imasu cobriu a cabeça com os braços e trouxe os joelhos até o peito, provavelmente para que eu não pudesse chutá-lo novamente. — Você não vale nada!

Resisti à vontade de chutá-lo de qualquer maneira e voltei para fora.

Assim que cheguei ao volante, desci a rua tranquila em um ritmo bom e normal, embora isso fodidamente me matasse.

Eu não precisava levantar suspeitas para mim ou para a casa.

Baixando todas as janelas, examinei os pátios enquanto andava e tentei escutar qualquer coisa que pudesse indicar a localização do meu fugitivo.

Tudo bem, Alec, pense. Ele não poderia ter ido longe. Eu só tinha ido embora... Olhei para o relógio e xinguei, batendo meu punho contra o volante.

Trinta minutos significava que uma pessoa média poderia percorrer de três a cinco quilômetros. Exceto, Magnus não era uma pessoa média. Ele era uma maldita gazela, o que significava que poderia facilmente estar a oito a nove quilômetros de distância.

Eu tinha duas coisas trabalhando a meu favor: Magnus não tinha sapatos e não tinha comido.

Esperançosamente, isso significava que ele não seria capaz de maximizar a distância. Mas quando você contabilizava a adrenalina...

Porra!

O fato de já estar escuro seria um benefício e um obstáculo para ele. Não, ele não poderia correr tão rápido, mas também significava que eu não podia vê-lo, porra. Ele podia estar escondido ao meu lado e eu nunca saberia disso.

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora