Você. Eu quero você.

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ALEC

A volta para casa daquela festa de máscaras terrível foi completamente silenciosa. Nem mesmo o rádio estava ligado para quebrar a sufocante ausência de som.

Depois que Magnus levou o policial para longe do closet, eu saí despercebido. Minha tentativa de evitar a multidão foi frustrada quando outro policial me pegou no corredor a cerca de meio metro da porta dos fundos e me conduziu até a sala de jantar.

Dean e Castiel estavam lá, conversando com o que parecia ser um detetive em tom abafado e animado. Bem, Dean estava animado. Castiel ouvia atentamente o detetive, e parecia que estava prestes a vomitar.

Escusado será dizer que nenhum dos dois parecia satisfeito. Como anfitriões, tenho certeza de que eles ficaram menos do que empolgados por a polícia invadir seu evento.

Pelas partes da conversa que pude ouvir e pela linha de perguntas dirigidas a mim e aos outros convidados, houve algum tipo de acidente grave. Eles não disseram o quê. Em vez disso, eles disfarçaram dizendo "incidente" e "distúrbio".

Assim que o restante dos convidados foi totalmente identificado, os policiais nos deixaram sair. Magnus estava fora da mansão, andando para cima e para baixo na calçada, alternando entre envolver os braços em volta de si mesmo e enfiar as mãos nos bolsos.

Ele parecia bem, exceto pela mistura de emoções em seu rosto. A preocupação e a raiva pareciam ser as predominantes, o que não era um bom presságio para mim.

— Onde você esteve? — ele perguntou assim que eu estava perto o suficiente, embora ele nem me tenha deixado responder. — Azriel está aqui. E Jack. E Deus sabe quem mais. E eles viram você. Jack viu você.

Deslizando minha mão em torno de seu bíceps, eu o levei para longe da multidão, mantendo um olho em amigos e inimigos.

— Pare de falar.

— Você matou aquela mulher?

— Houve um assassinato? — Olhei para ele, sobrancelhas franzidas. — Do que você está falando? Que mulher?

— Aquela garota loira com quem você estava.

Lydia estava morta?

— Puta que pariu. — Céus, aparentemente as coisas podiam atingir um novo nível de Inferno.

Tenho certeza que mesmo na morte ela encontraria outra maneira de me foder. Era sua especialidade, afinal.

Passei cinco anos em uma prisão russa graças a essa cadela e, com minha sorte, ficaria cinco vezes isso em uma americana. Se ela não estivesse morta, eu a mataria de novo.

Eu destranquei meu Mercedes e abri a porta para Magnus. Ele ficou onde estava, com suspeita em seus olhos.

— Você não negou.

— Eu não a matei, mas vou matar você se você não parar de falar e colocar sua bunda no carro.

Ele revirou os olhos e deslizou para o banco do passageiro. E foi aí que ele se sentou, olhando para o para-brisa, pelo resto da viagem.

Quando chegamos em casa, ele saiu e não poupou um segundo olhar em minha direção, antes de sair para o nosso apartamento no ritmo mais rápido que eu acho que já vi antes de uma corrida.

— Magnus. — Eu andei atrás dele, mal pegando as portas do elevador e empurrando meu braço no último segundo. — Maldição. Qual é o problema com você?

Ele olhou para mim do outro lado do elevador.

— Você pode ir a qualquer lugar sem matar alguém, porra?

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora