A palha, o milho, Alexander

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MAGNUS

— Você me fez dirigir uma hora e meia até uma fazenda? — Alexander gemeu, saindo de seu Mercedes e batendo a porta.

— Bem, com o jeito que você dirige, foi apenas uma hora. E não é uma fazenda, é um pomar. — Eu andei ao lado dele, fazendo nosso caminho pelo estacionamento não pavimentado em direção ao celeiro gigante que abrigava a loja principal do pomar.

— Mesma coisa.

— Você pode, por favor, manter os comentários emburrados no mínimo? Hoje é suposto ser divertido.

Murmurando algo baixinho, Alexander parou abruptamente quando um bando de crianças nos cercou. Eles riram e gritaram e correram para o canteiro de abóboras, enquanto seus pais atormentados os perseguiam, cuspindo desculpas para nós e para todas as outras pessoas que as crianças cercavam.

Ele ia me matar. Eu tinha certeza disso.

No tempo em que estivemos juntos, o pomar marcava quase tudo o que Alexander odiava: pessoas (especificamente crianças), sujeira, Halloween e qualquer coisa que trouxesse alegria a uma pessoa normal, como tortas de maçã e velas de abóbora.

Deslizando minha mão em seu bolso traseiro, apertei sua bunda através do jeans.

— Não é como se eu pudesse vir sem você. Você não me deixa fora de sua vista, a menos que eu tenha uma porra de um guarda-costas.

A cabeça de Alexander virou para mim, seus olhos gelados se estreitaram.

— James tem sido um problema? Apenas me diga e eu...

— Não, ele tem feito um bom trabalho. Jesus! — A última coisa que eu queria era que meu pobre guarda-costas levasse uma surra ou uma bala porque Alexander ainda estava sendo insanamente superprotetor. — Só estou dizendo... Eu ficaria mais do que feliz em vir aqui sozinho e deixar sua bunda rabugenta em Nova York.

— Por que você continua me chamando de rebugento? Eu não sou rabugento! — ele rosnou, não fazendo nenhum favor a si mesmo.

— Sim. Assim como você não é gay.

— Cale a boca! — Ele olhou ao redor rapidamente e deu um tapa na minha mão para longe de sua bunda, apesar do fato de que já estava lá há tempo suficiente para qualquer um ver que estávamos claramente juntos.

— Literalmente ninguém te conhece aqui. Nós não estamos fazendo nenhuma 'merda gay' onde Rhysand ou qualquer outra pessoa possa ver. — eu disse, abrindo a porta do celeiro e o encarando com sobrancelhas levantadas. Sua preocupação não era totalmente infundada, mas isso era longe de Nova York e este lugar estava seguro fora do reino de Rhysand. — Estamos apenas comprando rosquinhas de cidra de maçã e manteiga de abóbora. Completamente inofensivo.

Ele fez uma careta, com o nariz enrugado e lábios curvados.

— Manteiga de abóbora? — Ele enunciou cada palavra, como se fosse a primeira vez que as ouvia. — Vocês colocam abóbora na porra da manteiga? O que há de errado com vocês?

— Não, não é manteiga de manteiga. Apenas... vamos! — Sufoquei um suspiro e liderei o caminho para o enorme celeiro.

O interior foi completamente reformado do que costumava ser, cheio de pessoas e todas as coisas caseiras e campestres que você poderia imaginar. Comida, principalmente, mas também velas, enfeites, livros, roupas e – espero que seja a coisa que deixaria meu russo mal-humorado de bom humor – álcool.

Era como se alguém tivesse pegado as melhores coisas do Halloween, Dia de Ação de Graças e Natal e as tivesse amontoasse em um único espaço de varejo gigante. Durante quatro meses do ano este lugar era um país das maravilhas do outono/inverno.

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora