RAFAEL (LIVRO 2)

CAPÍTULO 3

Este livro é o livro 2 da história "Por Você " ainda aqui no meu perfil.
Pra entender essa história é recomendado que leia a outra. Obrigada.

RAFAEL

Saio da sala levando a moça que me olha incrédula comigo e sob o olhar perplexo da minha agora ex namorada e o seu amante, vulgo Bernardo.

Ao chegar la fora ela me empurra irritada.

_ O que você fez? Porque me beijou? Sabe que acabou de me deixar desempregada, não sabe? Eu não acredito, você é o namorado da filha da minha patroa, o que deu em você? Porque me...

_ Calma garota... desculpa. Te beijei por impulso, eu queria magoar Luana e você...

Antes de terminar de falar sinto meu rosto arder com uma porrada violenta que me deixa desnorteado.

_ Me usou pra fazer ciúmes na Luana? Quem você pensa que é? Não precisa responder... você é um moleque muito do irresponsável. Tem idéia do que acabou de fazer? Eu preciso desse emprego...

_ Caralho! Cala essa boca garota louca. Ja te pedi desculpas não precisa dessa violência toda, muito menos desse sermão...

_ Não precisa? Você...

_ Se o problema for o emprego não tem com o que se preocupar, amanhã mesmo estará empregada num emprego infinitamente melhor do que limpar a casa dessa filha da mãe, pode recolher suas armas.

_ Não preciso de armas pra te dar uma surra, mauricinho prepotente...

Ignoro o comentário maldoso dela e entrego meu cartão pra garota em cólera de tanta raiva na minha frente.

_ Essa é a empresa de minha família, me procure amanhã cedo. Bom... eu poderia te levar em casa mas estou de moto e só com um capacete, mais um ponto que me tirem da carteira de motorista não poderei dirigir tão cedo. Posso te pagar um táxi?

_ Deve me pagar o táxi. O de hoje e o de amanhã pra ir a sua empresa, e também precisarei dos seu serviços como advogado pra receber meus direitos trabalhista, tenho a impressão que sua namorada não facilitará as coisas pra mim.

_ A gente ve isso depois, mas te garanto que não será prejudicada.

_ Assim espero.

Entrego pra ela umas notas em dinheiro para o táxi e ela sai marchando ainda bufando de raiva, confesso que essa garota raivosa me deixou com um tesão inesperado. A garota não é bonita, não é alguém que me chamaria a atenção, mas tem alguma coisa nela que me despertou algo até então desconhecido pra mim.

Vou embora da casa de Luana sem nem olhar para trás, se depender de mim nunca mais botarei meus pés aqui, não que eu seja um santo, nunca fui. Mas uma coisa é trair, outra bem diferente é ser traído, sou um grande filho da puta machista, mas Luana sabia disso e aceitou ficar comigo nessas condições.

Chego em casa e ligo pra minha mãe, sim é isso. Depois que me mudei tenho que ligar pra ela toda noite antes de dormir, o dia que não liguei e nem atendi o telefone por estar dopado pela bebida, ela fez meu pai aparecer aqui de madrugada. Bom... ele não gostou nem um pouco. Agora quando não ligo peço pra Lorena avisar que estou vivo e em casa.

Minha mãe ficou paranóica depois que sofreu um sequestro quando estava grávida de Gael e Vitória, tempos sombrios aquele. Meu pai a resgatou das garras de um mafioso. Se bem que ele também é mafioso, mas segundo ele não pratica mais a profissão.

Rolo na cama praticamente a noite toda, só cochilo por míseros minutos, dor de corno é foda, nunca pensei passar por isso.

Amanhece o dia, me arrumo automaticamente pro trabalho, tomo um café puro e me despeço de Lorena. Sigo pra empresa, chegando la dou de cara com o desgraçado do Bernardo na porta do elevador, o ser desprezível ainda me olha como se quisesse dizer alguma coisa, se ele não sair do meu caminho talvez eu contrate os ex colegas da máfia do meu pai pra dar um jeito nisso.

Passo reto e vou elevador privativo do meu pai, era só dele e do tio Renato que agora é CEO da nossa empresa em Nova York, sinto falta daquele doido.

Chegando no meu andar, olho pra mesa vazia da secretária e fico ainda mais deprimido, que porra ter que fazer tudo sozinho, vou acabar me rendendo e deixar por conta do RH pra arrumar uma nova secretária.

Mal entro em minha sala e o telefone toca, atendo com raiva por ter que fazer esse serviço, só não me peçam pra dizer aquele bla bla bla todo de " alô, Rossini e diaz lawyers, com quem eu falo?" ,prefiro cortar meus pulsos.

_ Fala.

Digo completamente sem paciência pra recepcionista que nem esperou em entrar direito na empresa pra ja me ligar.

_ Doutor Rafael Rossini? A senhorita Beatriz Rodrigues está aqui na recepção, disse que tem hora marcada com o senhor mas aqui no meu computar não diz nada sobre isso.

Olho rapidamente na agenda e também não vejo nada. Que falta faz uma secretária.

_ Comigo? Não me lembro de ter hora marcada com alguma Beatriz Rodrigues. Ela é cliente ou advogada? Se for advogada passa para o meu pai.

_ Vou perguntar.

Percebo que a recepcionista tampa o bocal do telefone com a mão, quando colta a falar comigo volta gaguejando muito da sem graça.

_ Doutor, ela... bem, ela disse que...

Que porra é essa?

_ Disse o que criatura? Acha que eu tenho o dia todo? Fala de uma vez.

_ Ela disse que o Doutor a beijou ontem na casa da...

Porra!

_ Ta, ta, ta... eu ja entendi, manda ela subir.

Desligo o telefone possesso. Havia me esquecido disso, onde é que eu encaixo essa garota agora? Será que tem estudo? Onde eu fui me meter?