CAPÍTULO 30

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BEATRIZ

A noite foi horrível. Um deles desceu aqui em baixo e eu não consegui o enxergar direito no escuro, mas tranquei meus olhos e chorei desesperada quando percebi que ele estava se masturbando em minha frente enquanto olhava para o meu corpo, porém agradeci mentalmente quando ele terminou o que estava fazendo e foi embora sem me tocar.

As horas passam e eu não sinto meus braços, eles estão dormentes. Sinto muuta dor no corpo todo, fome, frio, medo, saudades do Rafa...

Será que Rafael está me procurando? Fui muito ingênua e irresponsável por não seguir as orientações dele. Agora estou aqui nessa situação horrível, morrendo de medo que Roberto o pegue também. Prefiro morrer se isso acontecer, Roberto com certeza o mataria.

Estou apaixonada pelo Rafa, o amo de uma maneira que não sei explicar, não posso permitir que Roberto o capture também, tenho que arrumar um jeito de fugir daqui.

Amanhece o dia e a mulher acompanhada do mesmo homem, me soltam pra eu me alimentar e usar o banheiro. Eu caio no chão de tanta dor, mas devagar e com a ajuda do homem consigo chegar até o banheiro nojento. Aliás, eu estou nojenta demais, perdi as contas de quantos xixi fiz ali em pé. No banheiro fiz cocô, puxei a descarga mas não tinha água.

_ Você está fedendo, um dia sem tomar banho e ja está nessa situação nojenta.

A tal Maria diz mascando chiclets de um jeito irritante e me olhando de cima a baixo.

_ Não tem água no banheiro. Preciso tomar um banho, ao menos me limpar.

_ Não. Terá que ficar assim. Come logo essa comida, temos que te prender.

_ Comer sem lavar aa mãos?

Ela gargalha debochada e o homem só a olha em reprovação. Eu engulo meu orgulho e pego a garafinha de água tomando ela quase toda tamanha a sede mas deixo um pouquinho pra jogar nas mãos. Olho para a comida que ela trouxe mas ta com uma aparência tão intragável que meu estômago se revira abruptamente e eu vomito fazendo a Maria e o homem se afastarem de mim enojados.

DESCONHECIDO_Que droga garota! Quase me lava com essa merda verde.

MARIA_ Porca, que nojo. Caiu em cima da comida e eu não vou trazer mais. Você está grávida?

O homem me pega e me prende novamente.

MARIA_ Se estiver é do Rafael? Ele é um gato gostoso com cara de pauzudo. É bom de cama? Um homem lindo daquele não tem o direito de ter pau pequeno...

A garoto não para de falar, eu quero dar um murro na cara dela por estar falando do Rafael. Ja o homem bufa parecendo buscar paciência.

MARIA_ ... ontem eu e o Ítalo transamos, eu até que gostei mas o achei um pouco afoito, gozou rapido demais... e você Alisson?

DESCONHECIDO_E eu o que?

MARIA_ Podemos nos divertir um pouco, sei la uma boa transa...

DESCONHECIDO_Pode parando ai. Eu, você e uma boa transa jamais estarão incluídos na mesma frase. Não enfio meu pau em qualquer buraco.

Essa doeu até em mim. Me desligo das bobagens que dizem e procuro me concentrar em um plano de fuga. Eles saem discutindo e me deixam novamente presa na escuridão.

Devo admitir que a fome apertou e o medo que sinto é quase palpável. Acabo me lembrando de uma certa época da minha vida em que tinha que me esconder com minha mãe pra não ser espancada por aquele que na teoria, deveria nos proteger.

Novamente o homem vem aqui no escuro se masturbar, dessa vez ele acende a luz choro com nojo e muito medo que ele se aproveite de mim, pois ele fala praticamente babando com os olhos famintos me devorando.

_ ... gostosa... que vontade de meter nessa boceta...

Ele da um passo em minha direção ainda segurando seu pau nojento e eu grito com toda força que tenho nos pulmões.

_ Cala a boca porra, não vou te machucar.

Ele pede mas continua a massagear seu membro, ouço aliviada a porta abrindo e alguém descendo rapidamente as escadas, o desgraçado ouve também e se veste.

_ Ítalo? O que faz aqui?

O tal Alisson pergunta pra ele.

_ Vim ver como está nossa hóspede. Algum problema?

_ Porque ela estava gritando? Você estava tentando abusar dela, não estava? Sabe que...

_ Não se mete Alisson. Aliás, se mete sim. Se você ficar quietinho podemos dividir a gostosa aqui...

_ Você é um desgraçado de um pervertido. Deixe a garota em paz, você ja não está comendo a empregada?

_ Essa aqui é bem mais gostosa...

_ Deixa ela em paz cara, são ordens do Roberto.

_ Aquele puto do Roberto quer ela só pra ele. Um mulherão desse...

_ Não é da nossa conta. Vamos, caia fora daqui. Ficarei plantado ali na porta me assegurando que você não vai chegar perto da garota com esse lixo que tem entre as pernas, e se chegar eu arranco fora.

_ É sério cara? Não acredito que...

_ Acredite! Vamos.

Eles saem e só agora percebo que estava segurando minha respiração e só agora a solto e respiro aliviada, pelo menos por enquanto. Agradeceria esse Alisson se não fosse uma situação tão trágica.

No outro dia quando vieram me trazer a comida assim que o Alisson me soltou o celular dele tocou e ele saiu apressado do cômodo, apesar de muito fraca vi ali uma oportunidade e a ataquei com uma joelhada no estômago e um empurrão, mas ela conseguiu me puxar pelo cabelo e me jogar no chão.

Ela monta em cim de cim e me estapeia bastante me xingando, nesse momento Roberto entra correndo no cômodo e apaga as luzes rapidamente.

_ Calem a boca vadias... vai Maria, corre. Saia daqui sem ser vista.

Ela sai correndo escada acima.

_... e você se gritar ou fizer algum barulho, te mato...

Ele monta em cima de mim também e aponta a arma pra minha cara, mesmo sem entender o que está acontecendo ouço uma movimentação estranha de passos correndo apressados la fora e vozes que daqui de baixo não consigo identificar.

Me encho de coragem e seguro a arma de Roberto rolando no chão com ele, acho forças no fundo de meu desespero pra sair daqui. Tento gritar e ele consegue atingir meu estômago com o cotovelo me calando na hora. Em seguida me da um tapa, se levanta e continua a me agredir com muita raiva e me xingando de tudo quanto é do xingamento mais humilhante. Tranco meus olhos e me entrego a uma escuridão que ao mesmo tempo me trás paz, aqui é sombrio mas eu não sinto dor.

RAFAEL (LIVRO 2)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora