RAFAEL (LIVRO 2)

CAPÍTULO 9

RAFAEL

Deixo minha mãe no hotel e sigo pra empresa, pelo que conheço desses dois, não preciso mais me preocupar com esse assunto. Tenho certeza que agora que esfriaram a cabeça, irão resolver tudo da melhor forma possível e depois passarão as próximas horas atracados um no outro, odeio imaginar minha mãe nessa situação então vou ignorar esse assunto e focar no mais importante, arrumar a bagunça deixada hoje na empresa.

Chego no estacionamento da empresa, estaciono em minha vaga e sigo pro elevador, antes de conseguir alcançar ele, meu celular toca. É claro, é a Vitória, saimos a dois segundos de casa e ela ja quer notícias dos nossos pais, a atendo com ironia.

_ Vick? A quanto tempo!

Ela ignora minha ironia.

_ E aí? A mamãe ficou no hotel?

Entro no elevador e antes das portas se fecharem, alguém bota a mão e entra. Puta que me pariu! É o filho da mãe do Bernardo, isso não vai prestar, ainda hoje serei preso por assassinato.

_ Rafa? Ainda está aí?

_ Estou Vitória... te ligo depois, entrei no elevador...

Desligo sob protestos dela, ela sabe que aqui o sinal é de primeiro mundo, o celular pega até debaixo da terra. O clima é tenso no elevador e o maldito ainda puxa conversa.

_ Precisamos conversar Rafael. Trabalhamos na mesma empresa e não é bom continuarmos assim...

_ Foda se! Eu não dou a mínima, desde que não cruze o meu caminho, não fale comigo e principalmente, não entre no mesmo elevador que o meu, pra mim ta tudo bem. Se não está de acordo peça a sua demissão, nos faria um grande favor.

_ Não irei pedir demissão, sou um ótimo advogado, mereço estar onde estou. O que eu não mereço é ser julgado e condenado dessa maneira. Me deixa explicar, tem que saber que eu jamais me envolveria com aquela mulher se eu soubesse que ela...

_ Olha que ótimo! O elevador chegou, não precisa mais vomitar essa história nojenta em cima de mim.

Saio do elevador possesso e ele vem atrás de mim, insistindo num assunto que claramente me irrita.

_ Rafael, vamos conversar você querendo ou não, senão toda vez que nos encontrarmos vou te abordar e teremos essa mesma discussão...

Me viro em cólera pra ele, porque ele não pega a Luana e some os dois pra sempre, com viagem só de ida pra puta que pariu?

_ Quer morrer porra? Eu não quero nem olhar na sua cara imagina conversar...

_ Para de ser assim...

_ Assim? Assim como? Você come a minha mulher e me repreende por ser assim? O que na sua mente traiçoeira significa ser assim? Quer saber? Nem me responda, tem sorte em estarmos na empresa do meu pai, do contrário te atiraria por aquela janela...

_ Senhores, por favor parem com isso...

Olho pro lado e vejo uma Beatriz assustada nos olhando de olhos arregalados.

_ Se não pararem com isso agora mesmo, irei chamar o segurança.

_ Irá chamar o segurança pra mim? Seu patrão?

_ Sim, não vou presenciar um homicídio sem fazer nada pra impedir...

Que porra! A garota levou ao pé da letra o que eu disse, jamais sujaria minhas mãos com esse lixo do Bernardo ainda mais por causa da Luana, era só o que me faltava. Ele parece reparar na Beatriz só agora, pois se dirige a ela.