capítulo 29

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Chris.

Egoísta demais.

É isso o que eu era.

Deixar Emma ir…

Nah, isso não daria certo.

Se houvesse uma chance mínima de algo acontecer com ela lá fora, eu não a deixaria ir.

Emma está sorrindo olhando para os seus dedos tocando as teclas do piano. Seus olhos brilham de felicidade. Tocando um noturno de Chopin, a mesma música de sempre.

Seria muito fácil machucar ela para me atingir. Se algum filho da puta no mundo tocasse em um fio de cabelo dela, eu estaria acabado. Por muito tempo achei que era invencível, que eu não tinha um ponto fraco…

Emma me encara.

Eu estava errado. 

Seus olhos descem para a arma em minhas mãos.

Seu corpo fica tenso.

Tenso como naquela noite.

— Onde você vai? — Pergunta.

Olho para a arma pesando em minha mão.

Faziam duas semanas desde do ataque. Depois disso, as forças da máfia se tornaram mais cautelosas, o país se tornará uma fortaleza. Eles nos atacaram aqui, bem debaixo dos nossos narizes para o mundo inteiro vê.

E o fato de Vladimir Azarov ter ordenado um ataque durante um evento tradicional, comando por nomes importantes, feriu a honra de muitos. 

Eles querem retaliação.

E eu não dava a porra da mínima, portanto que Emma estivesse ao meu lado, protegida.

A pista que o russo nos deu era inútil, talvez ele estivesse mentindo, provavelmente estava ganhando tempo para algo. Não penso no nome de uma mulher que seria importante o suficiente para ser a razão de um ataque e causar uma guerra.

Evan diz que está tudo bem, mas não está, porra.

Há a droga de um russo com uma arma em nossas cabeças. Estamos cegos e de mãos atadas enquanto Azarov joga um jogo doentio.

— Chris.

Emma chama o meu nome de novo e eu sorrio de lado.

Nós não conversávamos e fodíamos faziam dias.

Eu não estou em casa a maior parte do tempo, ocupado em todas reuniões e chamadas que possam aparecer. Esses russos fudidos deixaram uma bomba relógio em algum lugar aqui e ela pode explodir a qualquer hora. 

Mas isso não é desculpa. Eu não toco em Emma porque não quero e Emma não toca em mim porque ela não quer.

Eu a machuquei naquela noite.

Ela poderia ter morrido, Emma poderia não estar aqui agora e isso seria culpa minha. Seus ferimentos tinham se curado, mas suas cicatrizes estariam para sempre à minha vista. Sua pele foi marcada, mas algo dentro de mim também foi.

Nunca poderia me perdoar e não posso me perdoar pela decisão de não deixá-la ir.

Desculpe, principessa, sou egoísta demais.

— Venha. — Acenei com a cabeça para o lado de fora. — Eu vou te ensinar.

Emma encara meus olhos com cautela.

Eu tinha que garantir a segurança dela de toda forma.

— Vamos. — Falo novamente.

Depois de alguns segundos Emma passa por mim em direção a saída. Abandono a casa silenciosa e caminho para o lugar onde os garotos treinam tiro algumas vezes.

Submissa - O Destino Tem Outros PlanosWhere stories live. Discover now