capítulo 5

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Chris.

No dia anterior ao aniversário de Emma, quando saí de Strix fui para uma das casas noturnas da máfia onde alguns negócios esperavam-me.

O lugar já estava movimentado mesmo sendo o começo da noite. Havia cheiro de sexo, suor, bebida e cigarro no ar. Ignorei algumas mulheres e subi as escadas onde dava para a sala de Raphael, responsável pela casa.

Quando entrei, ele e outros homens cheiravam cocaína, e havia uma mulher fazendo boquete em Raphael. Ele a afastou assim que me viu.

— Chris, não sabia que você vinha. — Ele fungou.

— Queria ver se você estava cuidando de tudo, o último não acabou muito bem. — Lhe lanço um sorriso amargo.

Ele fica sério. Conhecia bem Atlas, que comandava o lugar antes dele, mas foi idiota o suficiente para desviar dinheiro, e terminou com uma bala na cabeça por causa disso.

— Estou cuidando de tudo, está tudo ótimo por aqui. Não está tudo ótimo, baby?

Ele perguntou para a garota ajoelhada na sua frente, que limpava os lábios com o dorso da mão enquanto concordava com a cabeça.

— Mande o relatório para mim, e tente não se drogar enquanto trabalha, porra.

Ele encolheu os ombros e diz:

— Pode deixar, Chris. Você não vai se arrepender. — Ele tentou um sorriso confiante, mas logo se desfez quando que lhe lancei um olhar sério.

— E tente não deixar seus homens chapados, também. Se os russos ou os colombianos invadirem isso aqui, eu mesmo me certifico de cortar seu pescoço antes deles.

A sala fica silenciosa, e os homens olharam para o chão.

Bom.

Viro para direção da porta, mas antes Raphael diz:

— Ainda está cedo, pegue uma garota e se divirta.

Não respondo e saio em direção a porta de entrada, encontrando Jane no caminho que me oferece um olhar malicioso.

— Você chegou cedo demais, sorte sua que não peguei outro cliente.

Suas mãos vão em direção ao meu pau por baixo da calça e seu sorriso aumenta.

— Eu já estou de saída. — Me afasto do seu toque e ela fica confusa.

— Já vai? mas você ainda nem me fodeu. — Jane força uma expressão triste, e esse gesto me enoja.

— Tenho que ir.

Jane lança-me um olhar de raiva quando passo por ela e saio do lugar.

Jane é uma puta que sabe chupar um pau e isso rendeu-me muitas noites com ela. Só que depois de um tempo começou a ficar apegada demais, e envolver outra coisa nunca é bom. Eventualmente, me canso de dividir a mesma boca com outros homens, e encontrei Emma, uma boca que só vai pertencer a mim. Em questão de dias, ela não irá relutar mais.

Chego na mansão que está silenciosa como sempre durante o horário que os empregados já se foram. Tiro meu terno e subo as escadas até meu quarto. Ligo o abajur e encho um copo de uísque. Encontro a ficha de Emma ao lado da garrafa. Pego-a e sento-me na poltrona perto da porta de vidro que me oferecia a visão da varanda e a neve caindo aos poucos lá fora.

Abro a pasta e encaro sua foto. Dou um gole na minha bebida e observo o olhar de Emma para câmera. Deixo a ficha de lado e saio do quarto andando pelo corredor em direção ao Quarto.

Quando o cômodo se ilumina eu vejo que faz tempo que não entro aqui. Quase irreconhecível depois de meses. E a partir de amanhã eu passaria a frequentar semanalmente, assim esperava.

Bebo o resto, sentindo a bebida queimar, imaginando o que eu faria se Emma não me deixasse tocá-la. Ela poderia dizer não. Ela iria dizer não.

Como porra eu vou reagir?

***

Emma não parou de me encarar um minuto sequer e eu retribui o olhar, desejando saber o que ela estava pensando.

Vanessa me ofereceu seu sorriso de flerte e eu tive que me segurar para não revirar os olhos. Quando percebeu que minha submissa não lhe acompanhava, ela parou e jogou um olhar cortante a minha pequena.

— Emma. — Tentou soar firme, mas sei que não foi por causa dela que Emma começou a andar em minha direção.

Ela hesitou antes de caminhar até a mim, houve um conflito interno em seus olhos, porém ela ergue o queixo e caminho em passos firmes.

Tive vontade de sorrir por sua coragem.

Quando estava perto o suficiente, eu vi seu lábio inchado e cerrei meus punhos com raiva. Alguém havia lhe machucado.

— o que houve com seu lábio?

— Quando as submissas desobedecem, como é o caso frequente de Emma, elas são devidamente punidas. — A diretora respondeu com aquele maldito tom presunçoso.

— Emma está sob as minhas responsabilidades, nenhuma pessoa tem o direito de tocá-la.

Eu já estava ficando impaciente, principalmente porque alguém havia achado que tinha o direito de tocá-la quando ela já era considerada minha.

Vanessa sorriu com falsa compreensão. Tudo nessa mulher era forçado, ao contrário de Emma, que mostrava seus sentimentos de forma crua sem se importar quem os veja, ela queria deixar eles bem a mostrar para que alguém soubesse suas verdades, já que por muito tempo devia ter sido repreendida neste lugar.

— Veja bem, Sr. Novak...

Ela começou, mas cortei sua fala porque já estava cansado pra caralho dela.

— Castigue quem fez isso, — Disse em um tom autoritário enquanto apontava para o lábio de Emma — Ou eu farei.

E eu dizia a verdade, havia sempre tempo para mais uma tortura, para mais um homem.

— Como quiser, Sr. Novak. — Vanessa respondeu pela primeira vez com um tom cauteloso.

— Emma!

Uma voz infantil gritou e viramos em direção ao som. Na entrada da escola, havia uma garota que parecia jovem demais. Era uma criança pequena dentro do seu uniforme, ela olhava para minha submissa com tristeza. Às vezes eu esquecia que as escolas criavam as meninas desde cedo, e pensar que algumas delas eram prometidas ainda crianças para um velho qualquer, era nojento para caralho, mas não havia nada além que eu pudesse fazer. Pelo menos eles não estavam abusando das crianças, isso seria horrível, até para os nossos padrões.

— Espere um minuto. — Emma disse para mim. Ela não estava pedindo minha permissão, apenas avisando.

Correu até a garota que estava com o rosto vermelho, prestes a chorar. Elas duas conversaram durante um tempo, e ficou óbvio que estavam relutantes em se despedir. As duas riram por alguma coisa que Emma disse, e estranhei aquela visão.

Se abraçaram novamente, e a voz da diretora interrompeu o momento.

Emma beijou a garota e veio em nossa direção. Olhou algumas vezes para trás, mas enfim entrou no carro, sentando ao meu lado, e acenou para a menina que retribui. Minha submissa estava com lágrimas nos olhos, e foi a primeira vez que ela ofereceu um momento de fraqueza.


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Submissa - O Destino Tem Outros PlanosWhere stories live. Discover now