Submissa - O Destino Tem Outros Planos

capítulo 31

A casa de campo fica afastada de Londres. É de frente para uma praia, mas que nesse instante é coberta por um céu nublado de uma tempestade que está prestes a vim.

Estaciono o carro e jogo a chave para um dos soldados que patrulham a entrada da casa. Algumas gotas de chuva molham um pouco meu sobretudo e meu cabelo, mas quando entro, rapidamente a temperatura do lugar muda. A casa tem um cheiro de charuto e cigarro no ar, as risadas saem abafadas naquela parte.

Tiro meu terno molhado, deixando-o no hall, e estou levantando as mangas da minha camisa quando Steven aparece, passos lentos na minha direção.

— Você está atrasado. — Ele não parecia irritado ao dizer isso com uma bebida em mãos.

— Não aja como se tivesse acontecido algo importante.

Ele dá um pequeno sorriso e se aproxima mais.

— Qual seu plano Chris? Você quer morrer? — Ele empurra meu peito e agora sim ele parecia irritado. — Porque eu posso cuidar disso pra você.

Franzo o cenho e encaro seus olhos azuis que há mais preocupação do que irritação.

O que merda está acontecendo aqui?

— O quê?

Steven parece prestes a me dar um soco.

— Marco. — Ele pausa. — Droga, Chris, você não podia achar outra pessoa para espancar?

Então depois de horas, depois da minha fúria e as palavras de Isabella terem sido colocadas de lado, finalmente lembrei o rosto do homem que espanquei.

Marco King.

Irmão do meu chefe, Evan King.

Alguém me foda, eu vou ter que lidar com isso também.

— Foda-se. — Tento controlar minha raiva, mas tenho que socar algo ou alguém.

Steven solta uma risada irritada e toma o resto da sua bebida em apenas um gole.

— Bom, o único fodido aqui é você.

Ignoro seu comentário e adentro mais na casa.

A sala de estar com a sala de jogos dividiam um enorme espaço com lareira e a visão dos vidros negros oferecendo vista para fora, mas estava nublado e escuro e não se podia se ver muita coisa nesse dia.

Conforme eu e Steven passamos, os homens param de falar ou sussurravam mais baixo e viram a cabeça em nossas direções. Essa reação se transformou comum ao longo dos anos levando em conta como Evan nos considerava seus braços direitos, apesar da pouca idade.

Mas dessa vez essa não é a única razão.

Marco Fodido King.

Por que você entrou no meu caminho Marco?

Agora um de nós terá que morrer, eventualmente.

Foda-se, ele iria morrer pelas mãos de alguém, de qualquer forma, que seje pelas minhas, então.

Os homens se afastam e abrem caminho para nós dois chegarmos ao escritório que fica próximo da sala, porém um lugar reservado, para qualquer assunto que Evan poderia tratar comigo.

Abro a porta e há cinco homens e Evan King no escritório. Os homens estão em pé, e Evan está sentado do outro lado da mesa, e seu irmão, Marco, está sentado à sua frente. Todos viram em minha direção e param de falar.

Marco vira o rosto e me olha com ódio. Seu rosto está todo desfigurado e inchado. Está com hematomas roxos e alguns amarelados. Sinto vontade de sorrir com meu trabalho, mas isso pioraria as coisas, e tudo já está uma bagunça para mim, eu não preciso de mais merda.