capítulo 37

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Observo Chris dormir, seu peito nu subindo e descendo em um ritmo calmo, cachos loiros enfeitando seu rosto e cílios da mesma cor tremulando algumas vezes como se ele estivesse tendo um pesadelo ou apenas por puro instinto de ter alguém lhe observando.

Não consegui dormir a noite inteira. Meu coração batia acelerado contra meu peito pelo pensamento de que ter que encontrar com aquele homem de novo, mas acima de tudo por finalmente descobrir a verdade sobre minha mãe: quem é ela e por qual motivo ela me abandonou.

Uma parte de mim quer acreditar que ela não tinha escolha, mas outra parte de mim grita em dor por ter sido rejeitada e deixada em um lugar tão horrível como a Strix.

Olho para Chris e penso em tudo que ele me contou, como sua própria família o vendeu como uma posse, como uma propriedade. Meu corpo esquenta em raiva e dor e me aproximo da sua testa, afasto seus cachos com uma mão e deposito um beijo leve para que ele não possa acordar.

Meus pés encontram o chão frio de madeira e me levanto em direção a porta, dando um último olhar nele dormindo, uma beleza tão pura que o fazia parecer um anjo, e fecho a porta.

Comecei a andar pelo corredor em direção às escadas, mas uma figura saiu da escuridão e me encara.

É a mãe de Chris vestida com uma camisola branca e um robe da mesma cor cobrindo-a. Seus cabelos loiros estão presos em um coque, seu queixo erguido e um olhar afiado em minha direção, como se me avaliasse.

— Eu sei quem você é. — Sua voz ecoa no corredor vazio.

— Eu também sei quem você é.

E qual é a sua desculpa de ela não ter me visitado todos esses anos?

Espero que todo desprezo que eu sinto por alguém como ela esteja visível o suficiente em meu rosto.

— Eu ouvi que Christopher tinha arranjado outra submissa. — Ela faz uma pausa, seus olhos cor de avelã analisando meu corpo de cima a baixo e volta a me encarar. — Eu só não esperava que fosse durar tanto.

— O que você quer? — Digo sem rodeios, eu não quero e nem preciso manter uma conversa com essa mulher.

— Eu quero você longe do meu filho. — Ela diz sem hesitar.

Bufo uma risada e digo amarga:

— Vocês não decidem sobre a vida dele. Não mais.

Aprecio o olhar de choque em seu rosto. Era óbvio que ela não esperava que eu soubesse seu segredinho sujo.

— Ele te contou... — Ela sussurra para si mesma, incrédula.

— É claro que ele contaria, ele é meu namorado. — Rio quando ele me olha ainda mais em choque. — Sim, isso mesmo, aposto que você não esperava eu como sua nora. Mas não se preocupe, eu não a considero minha sogra também.

— Você é uma idiota se pensa que ele te assumirá. — Ela dizia ainda em um tom incrédulo como se tentasse convencer a si mesmo. — Ele já teve outras antes de você, e todas acabam do mesmo jeito.

Jogo meu cabelo sobre o ombro e digo em um tom calmo e frio:

— Não me importo com outras que vieram antes de mim, eu sou a única na sua frente agora. E enquanto ele e eu estivermos satisfeitos, eu serei a única.

Ela se aborrece com minha resposta, seus olhos se arregalando em raiva e choque como se ela não esperasse que eu a enfrentasse. Mulheres e homens como ela são tão normais na Strix que sinto que venho jogando o mesmo jogo à 18 anos.

— Você tem uma língua muito afiada, garota. Chris não aceitará isso.

Gargalho e isso a deixa ainda mais irritada.

Submissa - O Destino Tem Outros PlanosTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon