Nightmare Alley

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Não contaram o tempo passado até a prometida saída que também serviria de ponto de encontro. O importante é que os meninos finalmente se viam diante dela.

- Marty, acho que é aqui. -Afirmou Keaton de olho na tela do celular, o aplicativo marcava um ponto vermelho do destino que correspondia com a posição atual de ambos. Tirando o aparelho da frente, sua visão mostrou estarem diante do que chamariam de beco sem saída no esgoto, se não fosse por uma escada metálica e enferrujada de poucos degraus, mal iluminada pelo celular mas que os guiariam à superfície. Keaton olhou para cima percebendo que não era grande a distância, a salvação estava a um metro e meio acima de suas cabeças, apenas.

- Até que enfim! -Exclamou Marty logo atrás, tremendo um pouco de frio. Relutante em tocar nas paredes fétidas, esfregou os braços arrepiados de forma meio encolhida, ainda que vítima das goteiras frias e imundas do túnel subterrâneo.

- Eu vou primeiro, toma. -Keaton estendeu-lhe o celular, do qual o mesmo o pegou. - Ilumina pra mim, tá?

- Ok... -Apontou o aparelho para cima, focando a luz nos buraquinhos presentes na tampa redonda e metálica acima que os separavam da rua. - Onde estamos mesmo?

- Na parte de trás da lanchonete que almoçamos hoje cedo. Amelie disse que não tem policiais por aqui.

- Não devíamos estar aparecendo justamente onde tem policiais?

- Ela falou que o assassino a proibiu de chamar a atenção da polícia, senão vai dar Game Over pra ela.

- É claro. -Soltou em sarcasmo. - Ainda acho que devíamos nós três corrermos pros tiras. O que será que aconteceu com aquele policial que estava de guarda da gente?

- Vai saber.

- Amelie já tá aí em cima?

- Olha o ponto verde na tela, é ela. Somos o vermelho.

- Aqui diz que o ponto verde está a vinte metros.

- Perto o bastante pra mim. Vou sair, joga a luz na tampa de novo.

- Ok. -Apontou o celular para cima.

Keaton escalou os degraus com rapidez, pressionando uma mas mãos contra a tampa redonda que não se moveu com seu esforço:

- Droga, é mais pesada quando se tem que empurrar de baixo pra cima.

- Amor, usa as duas mãos!

- Tá... -Firmou bem os pés e as pernas nos degraus quase os entrelaçando e assim, conseguiu equilíbrio para empurrar a tampa. Um urro de esforço e um fôlego depois, o raspar metálico pesado se deu contra o concreto acima, a coisa levantou um pouco e foi arrastada para o lado, os dedos passaram para fora. - Ah!... Nossa. -Suspirou, decepcionado em ver que a saída era um formato em meia lua, seria preciso mais força para arrastar o restante.

- Nossa, parece a tampa do poço de "O Chamado". Empurra isso, logo.

- Mate as referências obscuras, por favor.

- Desculpe.

Keaton apertou a borda da tampa, empurrando-a com toda força até o círculo ficar exposto e exibir as estrelas do céu noturno. Finalmente, era uma saída.

- Argh! -Puxou fôlego, voltando a segurar-se rapidamente no último degrau, descansando os braços.

- Cansou? -Riu Marty.

- Mais do que eu pensei. Acho que preciso fazer mais flexões.

- Não sou contra.

- Vem, vamos sair daqui. -O olhou de cima com um brilho de amor.

Scream - Survival 3Where stories live. Discover now