Capítulo 30."Only in hopes of dreaming that, everything would be like it"

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Felicidade, para mim, sempre foi um sentimento relativo.

Ninguém consegue ser feliz um dia inteiro, sem que nada faça alterar, mesmo que um pouco, essa sensação. Concluo então que, o que existe, são momentos felizes.

Momentos que você se esquece de qualquer coisa que não seja o simples, e justo, desejo de que os ponteiros paralisem e você não precise nunca mais lidar com outro sentimento, se não aquele.

Mas quando estes momentos chegam ao fim - e eles sempre chegam - tudo o que resta é uma vaga e confusa lembrança. Era como eu me sentia, na verdade. Vago, confuso.

Após obter tudo o que mais quis durante todos aqueles dias, havia uma pergunta que me assolava desde então: Será que aquela transa significara para Lisa o mesmo que para mim?

Afinal, ela me parecia bastante convicta em demonstrar seu ódio e rancor para, de repente, estar tocando teclado completamente nua pra mim... Pra mim.

Então dentre todas as possibilidades, a mais cabível, e a que menos me fazia sofrer, era a de que Jennie estava por trás de cada olhar cheio de mágoa em minha direção, cada palavra hostil, cada roupa, cada novo movimento da nova Lisa.

Ela estava tão abarrotada de novos falsos trejeitos e falsos vocabulários, que eu mal podia ver minha menina abaixo de tudo aquilo, mas eu sabia que ela estava em algum lugar, despindo-se para tocar uma canção de amor pra mim... Pra mim.

Foi isso o que aconteceu, Lisa também sentiu-se esmagada por sua outra versão, a nova, que não me agradava em nada, e então retirou-a de cima de si, assim como cada peça de roupa, e livre de tudo aquilo, entregou-se aos meus braços, ela voltou a ser ela mesma.

E se tem uma coisa na qual ninguém jamais poderá intervir será essa. Lisa, sendo ela mesma, sempre será minha. Minha.

- Jk, acorda - Eu ouvia, mais uma vez, a voz de Taehyung.

Bufei e me encolhi, eu queria que ele desistisse e fosse sem mim.

- Vamos, benzinho, vai me abandonar assim? - Suspirei e controlei o riso diante de sua voz afinada - Jungkook! - Chamava com a entonação melódica e pastosa, ri, abrindo os olhos e vendo-o sentado na cadeira de balanço em frente ao sofá.

- Você é chato pra caralho - Murmurei alongando meu corpo, e sentindo meus músculos protestarem aos movimentos, voltei a me encostar e fechei os olhos.

- Eu ainda fui muito gentil deixando você dormir até agora, anda logo ou a gente fica sem almoço - Falou rapidamente, suspirei, sem querer sair dali - Anda, Jk!

- Já vou, merda!

Ainda que eu houvesse dormido a manhã toda, era como se eu tivesse tido uma noite em claro. Minhas pálpebras mal conseguiam se manter erguidas, mas após lavar o rosto e escovar os dentes, parecia melhor, ou mais fácil ficar acordado.

Fiz toda a higiene matinal e saí em busca de uma roupa. Nada mais que um boardshort preto e uma camiseta branca lisa. Calcei meus chinelos e coloquei meu óculos de sol, não queria amedrontar ninguém, certo? Meu cabelo já daria bons sustos.

- Ahhh, até que enfim! - Ouvi Hoseok reclamar assim que Taehyung e eu atravessamos a porta do restaurante.

- Eu disse ao Taehyung que não era hora pra dar uma, mas vocês conhecem essa putinha aqui - Respondi com bom humor, eles gargalharam e Taehyung me abraçou pela cintura.

- Não fala assim, benzinho - Fazia biquinho enquanto caminhávamos até a mesa, ouvindo os garotos rirem, notei que Mia e Abbie também estavam sentadas ali, as cumprimentei com a cabeça e me soltei de Taehyung, sentando-me em uma cadeira desocupada.

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