Capítulo 67. "It's been an everlasting summer since we found each other" - McFly

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- Ainda dá tempo de desistir.

Dei uma olhadela para minha mãe, ao meu lado, usando um vestido vermelho e um sorriso debochado, e voltei a encarar todas aquelas pessoas escolhendo seus lugares dentre todas as cadeiras de madeira rústica, espalhadas pela grama bem cuidada.

Inflei minhas bochechas, depois soltei o ar de maneira pesada, deitando minha cabeça pra trás.

- Está muito nervoso? - Dessa vez meus olhos pousaram em minha mãe por mais tempo.

- Eu não vejo a hora de vê-la - Confessei, passeando com os olhos por toda a decoração escolhida por nós - Faz duas semanas que não a vejo, parece que esse dia demorou, no mínimo, um ano pra chegar.

- Na verdade, demorou 12.

Não foi fácil como achamos que seria. Desde que nos reencontramos, há dois anos atrás, Lisa e eu tivemos de nos equilibrar entre nossas carreiras profissionais e nosso relacionamento.

Tivemos de fazer sacrifícios absurdos para conseguirmos nos ver, como quando eu viajava para Cambridge após algum show, para passar uma noite e voltar no dia seguinte após o café da manhã, ou como quando ela passava o fim de semana de folga em Londres e viajava às 4h da manhã da segunda-feira, apenas para poder dormir ao meu lado no domingo.

A mídia foi outra coisa com a qual eu achei que Lisa nunca aprenderia a lidar. Para ela era muito difícil entender porquê eles se interessavam tanto em nossas vidas, e ler sobre nós e sobre ela nos jornais, revistas e sites era tão invasivo que Lisa nem conseguia encontrar outras coisas para comparar a isto.

Nos primeiros dias eles nos perseguiam onde quer que fôssemos, e fomos à um milhão de lugares. Passei aproximadamente 15 dias na cidade dela, os cinco primeiros em um hotel, pois não queria ser inconveniente, todos os outros em sua casa.

Saíamos para pubs, nightclubs, parques, ou simplesmente caminhávamos pelas calçadas no fim da tarde. Tínhamos tanto a dizer, e preferíamos fazer isto enquanto andávamos, com nossas mãos se encostando aqui e ali, com nossos mindinhos entrelaçados, às vezes abraçados.

E aos poucos estávamos tão íntimos que aqueles dez anos pareciam ter sido reduzidos pela metade. Foi como se tivéssemos, sim, nos separados, mas não como se isso tivesse durado tanto. E então tive que voltar, foi quando as dificuldades começaram.

Eu sentia tanta saudade dela, mesmo que nos falássemos por mensagens ao longo do dia, e ligações antes de dormir. Às vezes ela não estava indo dormir. Às vezes eu não estava. Ela tinha plantões, eu tinha turnês.

Tudo o que ela queria era chegar em casa e me encontrar com uma xícara de chá com leite. Tudo o que eu queria era chegar em casa e encontrá-la na minha cama, como se fosse dela. E então, pensei em casamento.

E pelo jeito, ela também, já que após nove meses depois do nosso reencontro ela apareceu de surpresa na porta da minha casa, com as roupas encharcadas em consequência da chuva torrencial daquela madrugada.

Seu corpo estava todo abraçado ao meu quando ela me disse sim, com os lábios trêmulos de frio e ansiedade, os olhos úmidos de chuva e lágrimas, e o gosto de uma nova vida em sua boca... E na minha.

- Filho, precisamos ir para o altar - Mamãe me lembrou, puxando meu braço levemente.

- Ok... Vamos lá, então.

Jisoo estava cantando alguma música bonita escolhida por ela mesma quando eu entrei, com minha mãe ao meu lado, desmanchando-se em sorrisos cheios de orgulho. Quando chegamos ao altar, ela seguiu para o lado de Steve, seu namorado.

Eu fiquei aguardando a entrada das "madrinhas" e dos "padrinhos", embora não fosse costume ter mais de um, não consegui escolher entre meus melhores amigos. Havíamos escolhido só quem realmente fazia sentido estar ali, Hoseok e Nayeon foram os primeiros, Jimin e Rosé em seguida, por último Jennie e Taehyung.

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