Capítulo 53." Give me reason, but don't give me choice" (James Blunt)

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- Jungkook! – Abri os olhos, mas não me movi, era como se eu tivesse acabado de fechá-los para dormir – Jungkook, acorde, já está atrasado! – Meu raciocínio lento tardou a me lembrar do meu compromisso.

- Já estou acordado – Falei, sem a menor vontade de me levantar da cama, mas mesmo assim afastando o edredom e o cobertor de cima do meu corpo.

- Ande logo! – Minha mãe exclamou enquanto eu caminhava lentamente em direção ao banheiro – Jungkook, seja rápido.

- Calma, já vou!

Não sei o que foi mais difícil, entrar, ou sair do banho. Enquanto escovava os dentes e tentava dar um jeito no cabelo, eu pensava no frio que devia estar fazendo lá fora. Eu podia ouvir os assovios do vento e a chuva não havia parado desde a noite anterior.

Falando na noite anterior, Angie não fora nem mesmo um pouco complacente, não me liberou nem um minuto mais cedo, como eu havia pedido para poder descansar, pelo contrário, me pediu ajuda para fechar o pub.

Eu não sabia o que podia estar acontecendo, mas às vezes, por mais absurdo que isso possa parecer, eu achava que Angie estava com ciúme de mim. Se eu não a conhecesse e não soubesse que ela é fria em questão de sentimentos, eu com certeza diria que não passava de ciúme.

Saí do banheiro carregando comigo minha escova de dentes, o desodorante, um frasco de perfume e uma pasta para o cabelo, joguei tudo encima da cama e me apressei um pouco mais.

Vesti primeiro a camiseta, tentando me livrar do frio no peito e nas costas, depois a calça jeans e o suéter com listras largas horizontais que variavam de cinza gelo para azul claro.

- Coloca um casaco mais quente, só esse suéter não vai dar pra nada, está frio lá fora – Mamãe dizia, encostada ao batente da porta.

- Vou por uma jaqueta, mãe.

- Põe um sobretudo.

- Vou por a jaqueta, já guardei o sobretudo na mala, não quero abrir ela pra mais nada, se não vai ser outra luta pra fechar – Falei rápido, enquanto calçava as meias e meu all star o mais rápido que eu conseguia.

- Ok, calma – Ela defendeu-se, suspirei, guardando o que faltava na bolsa de fora da mala.

- Estou calmo – Peguei a jaqueta de couro, pendurada sobre o respaldar da cadeira, e a vesti, ajeitando-a no corpo enquanto procurava, com os olhos, meu gorro cinza.

- Parece ansioso agora – Dizia ela, eu tentava não me irritar, mas era inevitável que meu estômago queimasse com raiva por ela estar certa.

Eu estava ansioso, não uma a ansiedade boa, uma ansiedade angustiante, que me remetia a ter que passar três dias ao lado de alguém de quem eu queria distância naquele momento.

- Estou bem, mamãe – Falei, quase com cólera, já colocando o gorro na minha cabeça e indo buscar minha mala para sair – Vou ligar para o táxi...

- Já está na porta... – Contraí o cenho – Eu chamei.

- Ah, ok – Mamãe me seguiu escadaria abaixo, e tenho a impressão de que só não foi até o táxi por estar chovendo.

- Boa viagem... – Disse ela ao me abraçar de maneira confortável – Se cuide, e não se esqueça de ser gentil e educado, acima de qualquer coisa.

- Ok, mamãe – Beijei sua testa – Farei o possível pra não me esquecer disso.

- Certo, qualquer coisa me liga.

- Ligo.

- Deus lhe acompanhe.

Betting Her - LiskookWhere stories live. Discover now