Capítulo 61. "Thousand miles seems far, I'd walk to you if I had no way"

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Foi aí que tudo começou a mudar. Aquele foi apenas o primeiro sábado de muito trabalho, e partir de então, todos os outros sábados tínhamos reuniões para decidir sobre o álbum, eles queriam lançar no próximo ano.

Uma semana depois de assinarmos com a produtora, 5 Colours tocava em todas as rádios da Inglaterra. Eu não sabia bem como eles faziam aquilo, e também não me interessava, pois a cada vez que eu ligava o rádio e ouvia nosso som saindo de lá, era como se uma parcela do medo que eu sentia, de algo dar errado, se dissipasse.

Eu não pensava mais no que fazer caso a banda não tivesse sucesso, pois naqueles dias, eu era a pessoa com a maior certeza do mundo de que iria viver de música. Outubro caiu do calendário, deixando Novembro em evidência na parede do meu quarto.

Eu passava tão pouco tempo ali, que parecia nem ser mais meu lugar. Quando eu não estava em Londres, hospedado em um quarto no terceiro andar do hotel Intercontinental, eu estava na casa da Lisa. Estávamos estudando juntos, sempre que podíamos.

Ela estava se esforçando para melhorar seu humor, para deixar a melancolia baixar, mas eu sabia que ainda estava sendo muito difícil, e às vezes eu sentia que devia passar mais tempo com ela. Ela não parecia brava, pelo contrário, me apoiava mais do que qualquer outra pessoa.

No entanto, eu sabia que, tanto quanto eu, ela estava com medo do fim do ano letivo...

- Dá pra acreditar que amanhã é a nossa formatura? – Perguntei, deitado em sua cama e encarando o teto, onde havíamos colado alguns anjos de neon outro dia.

- Parece que estou angustiada – Lisa comentou, com a cabeça deitada em meu peito, deleitando-se no cafuné que eu lhe oferecia – Eu quero que acabe, porque preciso de férias, mas ao mesmo tempo... Estou com medo do que está por vir depois.

- Eu sei... – Suspirei, fechando meus olhos e sem perceber, apertando-a entre meus braços – Eu tive algumas ideias, e eu queria compartilhar com você, mas não sei, talvez pareça que eu 'tô me precipitando – Abri os olhos ao sentir que Lisa erguera sua cabeça para me olhar.

- Diz, quero saber – Sorriu, interessada.

- Quero que... Quero que venha comigo pra Londres – Soltei, com medo de sua reação, de sua resposta, ou de parecer um perfeito idiota.

- Como é? – Contraiu o cenho – Já não tínhamos combinado que... Íamos nos ver sempre que desse e... Enfim.

- Sim, eu sei... – Olhei para o lado, sentindo minhas bochechas esquentarem e logo meu rosto todo parecia em chamas – Mas eu não quero que seja assim, eu não quero ficar longe de você tanto tempo.

Voltei a olhá-la, Lisa parecia surpresa, mas depois sua expressão suavizou num sorriso sincero e ela me beijou na bochecha.

- Já tem sido tão duro te ver sem estarmos com tantos compromissos, então tenho medo que quando a banda estiver maior, e nosso álbum for lançado, tenho medo que a gente se perca.

- Jungoo... – Lisa murmurou, como se chamasse minha atenção e me pedisse silêncio, então acariciou minha bochecha – Eu te amo, e eu vou esperar por você, nós vamos ficar juntos, independente das dificuldades que isso implique, certo? – Concordei com a cabeça, ainda insatisfeito, inseguro.

- Mas... Você nem sabe se quer ir mesmo pra Oxford, você pode fazer uma faculdade em Londres, não pode? E aí podemos dividir uma casa, ou um flat, qualquer coisa, a gente pode se casar e ter uma vida juntos, Lis! – Ela se sentou, lentamente, segurando o lençol na frente de seu corpo nu.

- Jungoo... Eu quero mais do que qualquer coisa ficar do seu lado, está bem? Mas tem algo que eu preciso que você saiba... – Ela introduziu, mas então meu celular começou a tocar, eu não ia atender, mas ela se esticou para pegá-lo e me entregou em seguida – Atende, pode ser importante.

Betting Her - LiskookWhere stories live. Discover now